Canal de Lula no Spotify analisa gestão desastrosa de Bolsonaro na pandemia

Ex-presidente diz que se Bolsonaro tivesse ouvido a ciência, os que entendem de saúde, comprado a vacina no tempo certo, não teria morrido tanta gente vítima de Covid

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O negacionismo e o despreparo do governo Bolsonaro para lidar com o desafio da pandemia do coronavírus são temas de novo episódio disponível neste sábado (29/10) no canal do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Spotify.

Trabalhadores da saúde e pesquisadores avaliam a gestão desastrosa de Bolsonaro para concluir que a postura do atual presidente de minimizar a doença e suas consequências deixou a situação no Brasil ainda pior.

A interpretação é que a desastrosa gestão da pandemia não foi acidente, mas resultado da perda da estrutura de proteção social que Lula e o PT tinham construído e que começou a ser destruída com o impeachment que tirou a ex-presidenta Dilma Rousseff do poder. A desestruturação da proteção social se somou à falta de humanidade, ao negacionismo e ao ódio à ciência de Bolsonaro.

Ex-diretor do Ipea e do Ministério do Planejamento, o economista Jorge Abrahão de Castro diz que não era hora de o governo se preocupar com teto de gasto ou se apegar à tese de imunidade de rebanho. “Isso foi terrível”, afirmou.

Gerson Salvador, infectologista da USP, avalia que houve no Brasil uma epidemia de mentiras, que teve início com o negacionismo e a tentativa do presidente Bolsonaro de minimizar a doença, a chamando de gripezinha, por exemplo. Enquanto países lá fora já se mobilizaram para buscar soluções, o governo negava e não adotava medidas importantes como vigilância de portos e aeroportos e tecnologia de rastreamento para identificar rede de contato dos infectados. “Quando surgiu o vírus na China a gente começou a ter relatos em outros países, momento em que os governos estavam preparando respostas, aqui no Brasil a gente via negação da gravidade potencial. Presidente falava em gripezinha e minimizava”.

O ex-presidente Lula é muito crítico da postura de Bolsonaro na gestão da pandemia e costuma dizer que se ele fosse mais responsável ao menos metade das mortes teriam sido evitadas.

“Se ele tivesse ouvido a ciência, os que entendem de saúde, comprado a vacina no tempo certo, não teria morrido tanta gente. E ele ainda brincava com a morte, imitando pessoas sem respirar, debochando das pessoas.”