Candidatos bolsonaristas financiaram publicações sobre 7 de setembro

Quase 500 anúncios sobre o 7 de setembro foram financiados por candidatos bolsonaristas no Facebook e no Instagram de 16 de agosto até esta quarta (7).

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Candidatos bolsonaristas pagaram anúncios sobre o 7 de setembro

Candidatos bolsonaristas financiam o 7 de setembro online, patrocinando anúncios — pagos com verba de campanha — sobre a data nas redes sociais Facebook e Instagram. Desde o primeiro dia oficial da campanha eleitoral, em 16 de agosto, até a última terça (3), foram 495 conteúdos patrocinados, dentre os quais 54,6% foram pagos com dinheiro de candidaturas. Outros 10,9 % foram pagos por perfis de candidatos mas com CNPJs não registrados no TSE. Segundo o Aos Fatos, 76 candidatos estão envolvidos nas ações e os custos totais podem chegar a mais R$ 90 mil reais. 

Candidatos bolsonaristas pagaram anúncios sobre o 7 de setembro

Anúncios não estão de acordo com regras do TSE

Dos 495 anúncios convocando para o 7 de setembro, 26% contém ataque às instituições ou desinformação sobre as eleições, com alcance de mais 2 milhões de pessoas. Segundo depoimento coletado pelo Aos Fatos da professora e procuradora Silvana Batini, os atos configuram propaganda irregular, abuso dos meios de comunicação e até gerar a cassação dos candidatos. 

Dentre os candidatos bolsonaristas que pagaram anúncios sobre o 7 de setembro estão Filipe Barros (o que mais gastou), Sérgio Americano Mendes (o segundo que mais gastou), o líder do movimento Nas Ruas Tomé Abduch, que desinformou mais de 50 mil pessoas sobre a idoneidade do sistema eleitoral brasileiro e a candidata Fabiana Barroso, que incitou seus eleitores a repudiarem o vermelho. 

De 29 de agosto a 4 de setembro, o número de anúncios mais que dobraram. Só na última sexta (2), foram 100 anúncios financiados. A análise da Biblioteca de Anúncios do Facebook pelo Radar aos Fatos considerou o seguintes critérios para avaliar as publicações: 1) se convocavam seguidores para os atos; 2) se disseminavam ataques a instituições ou desinformação; 3)se foram promovidos por candidatos a cargos eletivos em 2022.