Charlatão: Bolsonaro lança candidatura em um evento cheio de mentiras

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O fim de semana foi marcado por duas histórias bem diferentes. De um lado, muita gente reparando com alegria que “faltam 70 dias” para este país sorrir de novo. Do outro, um evento esvaziado de lançamento de candidatura de Bolsonaro marcado por mentiras e meias-verdades. Além disso, muita mídia paga para tentar “forçar” as pessoas a assistirem a um anúncio em vídeo intrusivo e também desonesto.

O evento de lançamento da candidatura bolsonarista foi organizado por seu partido da vez, o PL, e aconteceu no Rio de Janeiro. O lugar tinha capacidade para 12 mil pessoas, porém recebeu apenas 8 mil, o que foi alvo de deboche no Twitter. Afinal, robô não ocupa assento

Também no Twitter, está em alta desde então o termo “Charlatão do Povo”. Isso porque Bolsonaro tentou emplacar o mote de “capitão do povo”, enquanto desfilou mentiras e imprecisões. A agência de checagem Estadão Verifica contou pelo menos 7 alegações falsas de Bolsonaro.

Teve de tudo um pouco. Mentira sobre os gastos do Auxílio Brasil em comparação com o Bolsa Família, apresentando valores sem correção pela inflação e tirados de contexto. O Charlatão pode torcer os dados o quanto quiser, mas seu programa tampão (e eleitoreiro) não faz frente ao Bolsa Família, muito melhor planejado, melhor executado e premiado internacionalmente mais de uma vez como exemplo de combate à desigualdade social. 

Ao alegar falsamente que o Brasil “alimenta 1 bilhão de pessoas” no mundo, Bolsonaro repetiu a falácia dos exportadores de grãos usados para ração animal. Faltou empatia e compaixão com o próprio povo, já que sob seu governo a fome voltou, já atinge 33 milhões de brasileiros e um total de 61,3 milhões de pessoas não sabem se irão almoçar ou jantar hoje.

Bolsonaro produz fome para vender mentiras

O Charlatão também foi desonesto ao alegar que o STF teria proibido o governo federal de atuar contra a covid-19. Mas ninguém vai esquecer: Bolsonaro negava a gravidade da pandemia, negava a compra de vacinas (enquanto emissários seus negociavam vendas com propina, como revelou a CPI da Covid) e proibia estados e municípios de tomar atitudes emergenciais básicas, como o isolamento social, para diminuir o contágio e as mortes. 

Seguiu mentindo ao falar de seu governo, que seria supostamente sem corrupção. Mentira tripla carpada. Além de desmontar políticas sociais de sucesso implementadas pelos governos do PT, a gestão Bolsonaro trouxe a corrupção, e o Centrão, para dentro do cofre federal. Apesar das trocas de comando na Polícia Federal, mesmo assim explodiram escândalos na Saúde, no MEC e o Orçamento Secreto, por definição, é um território criado para o livre exercício da corrupção. Como não poderia faltar, teve desfile de fake news contra Lula e o PT. 

Com medo da iminente derrota nas urnas, o Charlatão solta fakes contra Lula

No evento, espalhou uma fake news estilo Frankenstein, ou seja, aquela que corta, picota e reconstrói algo verdadeiro para criar um monstro cheio de desinformação. A tentativa era de dizer que Lula apoia roubo de celulares e protege bandidos. Ele não disse nada disso. A montagem já foi desmentida inúmeras vezes por agências de checagem. 

Seguindo sua estratégia de mentir sobre o próprio governo e mentir para fazer as pessoas terem medo de Lula, o Charlatão também desinformou sobre a questão das drogas. Fez isso porque não interessa a Bolsonaro um debate legítimo sobre drogas e violência. O que interessa a Bolsonaro é uma escalada da violência e do medo. E nisso ele tem feito sua parte: graças a seus decretos sobre compra e porte de armas, Bolsonaro arma o tráfico e o PCC, que agora compra fuzis com aval do Exército. 

Em um discurso de cerca de 1h, Bolsonaro cumpriu sua meta de mentir pelo menos sete vezes por dia. Sua esposa Michelle, aquela dos cheques do Queiroz, fez o mesmo mentindo sobre projetos para mulheres. Enquanto falavam, a máquina de desinformação disparava no YouTube um vídeo patrocinado, em formato de anúncio publicitário político, assinado pelo PL, em que tentava fazer colar “à força” na mente do povo o mote da campanha do Charlatão. Não vai dar certo. Na mesma hora, tutoriais de como bloquear a propaganda indesejada se espalhavam na internet.

Estamos a quase dois meses das Eleições. A estratégia de Bolsonaro segue previsível, desonesta e perigosa, já que representa uma ameaça ao futuro do nosso país. Não terá sucesso. Cabe a cada um de nós fazermos nossa parte, denunciando e desmentindo suas mentiras, espalhando a verdade, o diálogo e um projeto de reconstrução do país.

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