Sob o governo Bolsonaro, tem crescido no Brasil o comércio de armas e o número de atiradores esportivos. O presidente nunca escondeu seu apreço pelas armas de fogo, o que serve como combustível a seus apoiadores menos afeitos à defesa da democracia. Primeiro, a ‘cesta básica’ do crime, formada por fuzis, carabinas e pistolas ficou 65% mais barata com a liberação de armas promovida por Jair Bolsonaro. Agora, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) está sendo usado para financiar lojas de armas.
De acordo com o Instituto Fogo Cruzado, um clube de tiro usou dinheiro do BNDES para financiar suas atividades em 2021.
O empresário dono do negócio é filiado ao PL, major da reserva da Polícia Militar, e apoiador do ex-ministro Onyx Lorenzoni (PL). Ele conseguiu um aporte de R$ 130 mil com juros de 5,45%, no ano passado, por meio do BNDES, após mudar o contrato social da empresa, já que o financiamento de compra de armamentos é terminantemente proibido pelo banco.
Esse tipo de manobra tem causado preocupação em especialistas de segurança pública, que temem os cofres públicos passem a financiar direta ou indiretamente a venda de armas.
Mais armas, mais mortes
Hoje, existem mais de 2 mil clubes de tiro no país e o perfil dos estabelecimentos mudou após a facilitação do acesso a armas por Bolsonaro – não são mais lugares essencialmente dedicados à atividade esportiva.
Além disso, Jair prometeu aumentar o acesso a armas de fogo caso seja reeleito, baseando-se na lei dos Estados Unidos. O número de mortes por armas de fogo aumentou em 2020 e isso está diretamente ligado ao afrouxamento da legislação.
O número de armas de fogo registradas mais do que dobrou entre 2017 e 2020 – só entre 2019 e 2020 o aumento foi de 21 de acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública.
Também aumentaram os incidentes envolvendo vizinhos e brigas comuns que acabam em violência armada. Em fevereiro deste ano, por exemplo, um homem embriagado atirou contra vizinhos da janela de seu apartamento, no DF. Duas mulheres ficaram feridas e as cenas foram gravadas por ele e transmitidas nas redes sociais. Como se não bastasse, as políticas do presidente têm servido para armar o crime organizado.
Bolsonaristas alimenta mentiras sobre o BNDES
Usar o BNDES para financiar esse tipo de atividade amplamente defendida e estimulada pelo governo de Jair é ainda mais grave porque esse mesmo governo sempre alimentou fake news contra o banco público relacionadas aos governos petistas.
As mentiras são espalhadas até em inglês, e sempre envolvem o suposto financiamento, com dinheiro do banco público, ao que chamam de “ditaduras comunistas” ou “países socialistas”, como Cuba, Venezuela e Angola.
Com Lula, BNDES ajudou o Brasil a crescer
A verdade sobre a relação do governo Lula com o BNDES é muito distante da que vem sendo estabelecida pelo governo Bolsonaro. Ao longo dos dois mandatos de Lula, o lucro do banco aumentou quase 18 vezes, e passou de R$ 560 milhões para R$ 9,9 bilhões, mesmo com a crise econômica mundial de 2008.
O BNDES também não financiava obras em países estrangeiros durante os governos petistas, mas, sim, a exportação de bens e serviços brasileiros; investia em empresas brasileiras que geram empregos no Brasil ao fazer exportações.
O banco, que triplicou sua participação durante governos petistas, fortaleceu a atuação de empresas e produtos brasileiros fora do País e estimulou o surgimento de mais de 10 milhões de empregos no Brasil a partir de 1996. Com Lula e Dilma, financiou empresas localizadas em 96% dos municípios brasileiros.
No último ano de governo petista antes do golpe dado contra a presidenta Dilma, o BNDES realizou mais de 950 mil operações, um aumento de 662% em relação a 2002, quando realizou 125.131. Essas atividades de 2015 envolveram 221 mil clientes – 97% comporto por micro e pequenas empresas. O lucro do banco em 2015 foi 11 vezes superiora 2002 – R$ 6,20 bilhões, 1.128% a mais.
Durante os governos de Lula e Dilma, o BNDES ajudou o Brasil a crescer, gerar empregos, movimentar e economia e se posicionar no mercado internacional. Com Bolsonaro, vemos um desvio claro de finalidade com o financiamento de mais violência.