Com Bolsonaro, corrupção no Brasil aumenta, segundo ranking internacional

Brasil tem piorado percepção sobre combate à corrupção. Governo Bolsonaro enfraquece instrumentos de combate à prática, mesmo usando discurso oposto.

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Segundo levantamento realizado pela Transparência Internacional, o Brasil piorou duas posições no ranking mundial da corrupção em 2022, sob a batuta de Bolsonaro, seus sigilos e seus gastos milionários. Os dados foram divulgados em janeiro deste ano. Dos 180 países analisados, ocupamos a 96ª posição no Índice de Percepção da Corrupção (IPC). Em 2020, o Brasil ocupava a 94ª posição. Quanto mais pra cima no ranking, menos o país é considerado corrupto. Desde o final do governo Lula, Brasil piorou 27 posições – em 2010, estávamos em 69º lugar.

Numa escala de 0 a 100 pontos, o Brasil alcançou 38 pontos. Esta é a terceira pior nota da série histórica e a mesma pontuação alcançada na edição anterior. O desempenho brasileiro ficou abaixo da média global (43 pontos), dos países da América Latina e do Caribe (41 pontos) e das nações que integram o G20 (66 pontos).

Combate à corrupção nos governos do PT

Durante os governos petistas, o combate à corrupção se tornou uma ação permanente de Estado. Antes de Lula assumir a presidência, os casos de corrupção eram escondidos ou engavetados. A partir de 2003, a prevenção e ocombate à corrupção passaram a ser prioridade do governo.

Medidas efetivas foram tomadas nesse sentido como a criação da Controladoria-Geral da União (CGU), modernização e fortalecimento da Polícia Federal, criação do Portal da Transparência, da Lei de Acesso à Informação e a firme atuação do COAF no monitoramento de movimentações bancárias atípicas e muitas coisas.

Os resultados começaram a aparecer nas manchetes dos principais jornais do país, não porque a corrupção havia aumentado, mas porque havia mais transparência no combate à corrupção. Investigações, prisões, quadrilhas e cartéis desbaratados, servidores públicos punidos, milhões e milhões de reais devolvidos aos cofres públicos.

Bolsonaro, por sua vez,  foi eleito com o discurso de tolerância zero à corrupção, mas não é isso que vemos na prática de seu governo, em que as interferências na Polícia Federal, por exemplo, já se tornaram comuns. O número de denúncias de corrupção contra a próprio Jair Bolsonaro e a sua tolerância com os malfeitos de membros de sua família e amigos são imensos. Além de não investir em instrumentos de combate à corrupção, o que explica os resultados do Brasil no IPC, Bolsonaro tem feito de tudo para atrapalhar o funcionamento destes: seu governo suspendeu os prazos de resposta a Lei de Acesso à Informação por tempo indeterminado, usando a pandemia como desculpa, e impôs sigilos de 100 anos a informações de interesse público. O pior é que o bolsonarismo segue usando o combate à corrupção como uma de suas bandeiras como se o próprio governo não estivesse envolvido até o pescoço em diversos escândalos. Além dos problemas óbvios, isso está afetando a imagem do Brasil e nossas ferramentas de combate a um mal que prejudica todas as estruturas do nosso País.