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Com Lula, Ciência e Tecnologia voltarão a ser áreas prioritárias

O Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) voltará a ter um papel de destaque em um novo governo de Lula. O coordenador do plano de governo do ex-presidente e candidato a vice, Fernando Haddad, disse ainda que as áreas de pesquisa e inovação receberão mais investimentos.

Durante o evento “Conhecer – Eleições 2018”, Haddad falou sobre a importância estrutural da Ciência no desenvolvimento do país e sobre a decisão errada do governo Temer de incluir o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação ao Ministério das Comunicações: “Quem conhece os dois ministérios sabe que são propósitos diferentes. Vamos voltar para o nosso MCTI, que vai funcionar bem”.

O descaso do atual governo com a área é nítido. Além de extinguir o Ministério, Temer simplesmente acabou com o programa Ciência Sem Fronteiras, criado pelo PT com o objetivo de consolidar, expandir e internacionalizar a ciência, a tecnologia, a inovação e a competitividade brasileira por meio do intercâmbio de estudantes.

Com um investimento de cerca de R$ 13,2 bilhões, o Ciência Sem Fronteiras foi responsável, ao longo de cinco anos, pela concessão de 104 mil bolsas de estudo para universidades estrangeiras.

Quando, em abril de 2017, Temer decretou o fim do programa, o cientista Miguel Nicolelis, considerado um dos vinte maiores cientistas do mundo pela revista “Scientific American”, declarou no Twitter: “Ao longo dos últimos anos, em todas as minhas palestras pelo mundo, me emocionei ao encontrar alunos brasileiros que descobriam o mundo pelo programa”. Para Nicolelis, com Temer o Brasil está “correndo a toda velocidade rumo ao passado”.

Mais uma prova disso foi o corte de milhares de bolsas fornecidas pela Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), tanto para pós-graduação quanto para programas de formação de professores. O orçamento da instituição vem perdendo cerca de R$ 1 bi desde 2015. Para que os programas tenham sequência, a Capes precisará de um aporte de, no mínimo, R$ 300 milhões em 2019. O presidente da instituição, Abílio Baeta Neves, credita a queda do Brasil nos rankings internacionais de inovação a esses cortes nas áreas de pesquisa.

Cerca de 80 mil bolsistas do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) também devem sofrer os reflexos desse apagão na Educação. O orçamento da instituição para o próximo ano deve ser 33% menor, caindo R$ 1,2 bilhão em 2018 para R$ 800 milhões. Vale lembrar que a sequência de cortes na educação é resultado direto do golpe e das políticas de austeridade de Temer.

 

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