Com Lula, todo mundo vivia de barriga cheia, diz quebradeira de coco

Mulheres lembram conquistas, apresentam demandas para um futuro governo e pedem volta de Lula à Presidência

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Lula ouve depoimento de quebradeira de coco

Em conversa com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na manhã deste sábado (03/09), em São Luís (MA), representantes de quebradeiras de coco do Maranhão, Pará, Piauí e Tocantins relataram dificuldades que enfrentam, lembraram conquistas dos tempos em que o PT esteve no poder, apresentaram demandas e pediram a volta de Lula. “Ninguém morria de fome quando Lula era presidente. Todo mundo vivia de barriga cheia”, disse uma das presentes.

Anfitriã de um encontro com simplicidade e emoção, a coordenadora geral do Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB), Maria Alaídes Alves, relatou entraves criados pelo atual governo, lembrou insensibilidade de Bolsonaro com a Covid-19, listou prioridades de políticas de crédito, manutenção da agricultura familiar e continuidade da regularização fundiária e disse sentir falta dos tempos de Lula, quando todas viviam com bem-estar.

“Esse tempo que a gente vivenciou, no seu primeiro mandato, a gente construiu várias coisas para as mulheres, para os povos e para as comunidades tradicionais. Construímos educação do campo, cooperativas, conquistas de terra. A gente perdeu tudo isso. Precisamos dizer: ‘volta, Lula!’”, resumiu Maria Alaídes Alves, ao lado do ex-presidente.

Fotos: Ricardo Stuckert

Em sequência à fala da coordenadora do MIQCB, colegas quebradeiras fizeram citações de outras demandas, sempre fechando com o clamor “volta, Lula!”. Entre outras prioridades, pedidos de uma lei que assegure livre acesso ao babaçu, condições para produção e comercialização, economia solidária, cesta básica e combate à violência contra mulheres e crianças, garantia de educação e saúde.

Filhos fora da faculdade

Em relato emocionante, dona Emília, que vive num assentamento no Tocantins, relatou sobre suas dificuldades e lembrou os tempos do governo Lula, quando as pessoas tinham o que comer e os jovens podiam sonhar com a universidade.

“Hoje, só faz faculdade os filhos de quem tem condições. Os nossos, a gente não pode pagar. A gente paga o primeiro mês o segundo, terceiro, quarto e o quinto já não pode mais. Vai aumentando, aumentando, e a gente não tem condições de pagar”, disse, destacando também que tem muita gente sem ter o que colocar na panela. “O povo está passando fome. Muita gente não sabe o que é mais comer um pedaço de carne, que aumentou demais”.

Em fala após ouvir as mulheres, Lula assumiu o compromisso de garantir fortalecimento de cooperativas de crédito e produção para melhorar as condições das famílias que dependem do babaçu para sobreviver. Ele disse que sentido da política é melhorar a vida das pessoas mais pobres e que programas como PAA e PNAE voltarão a funcionar.