O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a dizer hoje que o combate à fome é a prioridade máxima de um novo governo, junto com um conjunto de políticas prioritárias que têm como foco a geração imediata de empregos, a recuperação de indústrias, o estímulo ao empreendedorismo e a renegociação de dívidas de mais de 80 milhões de brasileiros.
“Não tem explicação científica e econômica, o terceiro maior produtor de alimentos do mundo, o primeiro maior produtor de proteína animal não ter comida para esse povo. A obsessão é a questão da fome porque quem está com fome não sabe esperar, não pode esperar, não tem como esperar e, muitas vezes, as pessoas têm vergonha de dizer que não comeram”.
Em entrevista coletiva à imprensa na chegada a Aracaju (SE), para caminhada ao lado do candidato ao governo de Sergipe pelo PT, o senador Rogério Carvalho, Lula defendeu a concessão de crédito para os que querem empreender e disse que o Estado pode criar uma espécie de fundo garantidor para assegurar o pagamento, caso o tomador do empréstimo não tenha condições de pagar.
Salário mínimo com aumento real
O ex-presidente lamentou que, em vez de evoluir do ponto de vista de geração de emprego, do investimento e da devolução de benefícios para a sociedade, o Estado brasileiro retrocedeu. Essa conjuntura o fez, novamente, se apresentar como candidato para recuperar o país, a imagem no exterior e garantir também que o salário mínimo aumente todo ano acima da inflação, como acontecia nos seus tempos de presidente.
Nos mandatos de Lula, o salário mínimo era reajustado pela inflação, para recompor as perdas, e tinha também um acréscimo associado à evolução do PIB, garantindo aumento real do salário. “Quando vocês jornalistas escrevem que PIB cresceu, só tem sentido essa informação se esse crescimento for repartido com o povo. Se o PIB crescer e só o patrão fica com o crescimento, o que ganha o povo? Nada. Então, é preciso que o PIB cresça e seja repartido. Por isso, a gente dava a inflação e reajustava com o PIB dos últimos dois anos”.
Lula lamentou os cortes na educação e o valor repassado para a merenda escolar ser de apenas R$ 0,36. “É essa falta de humanismo que nós queremos que deixe o cargo para que o povo brasileiro volte a assumir a presidência outra vez”.
Legado no Nordeste e em Sergipe
Na conversa com os jornalistas, o ex-presidente fez um balanço do legado de 13 anos de governo petista para Sergipe e para o Nordeste. Só no estado foram investidos R$ 40 bilhões em projetos de infraestrutura econômica urbana, dos quais R$ R$ 5,4 bilhões no Minha Casa, Minha Vida, enquanto 273 mil famílias foram atendidas pelo Bolsa Família.
Lula lembrou das contrapartidas exigidas pelo Bolsa Família, com efeitos na educação e na saúde, já que os filhos das famílias beneficiadas precisavam estar na escola e seguir o calendário de vacinação, assim com as mães grávidas deviam fazer o pré-natal.
Foram criados 164 mil postos de trabalho formais, com carteira assinada, com proteção social que garante tranquilidade ao trabalhador. Foram entregues 30 mil moradias, 67 mil famílias beneficiadas pelo Luz para Todos e 14 mil cisternas construídas.
Em todo o país, foram construídas 1,4 milhão de cisternas, das quase 169 mil para produção agrícola. As demais para ter água em casa. Além disso, 39 mil alunos foram beneficiados por programas de inclusão na educação, no estado, além da construção de três novos campi universitários e quatro institutos federais.
Lula disse que foram os governos petistas que colocaram recursos no Nordeste como nunca antes foi feito. Em toda a região, foram investidos R$ 731 bilhões de reais, dos quais R$ 114 bilhões apenas no Minha Casa Minha Vida.
