Em seu primeiro evento na COP27, realizada no Egito, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva defendeu que a conferência do clima de 2025 seja realizada na Amazônia. “Acho muito importante que as pessoas que defendem a Amazônia, que defendem o clima, conheçam de perto o que é aquela região para que possam discutir a Amazônia a partir de uma realidade concreta”, disse, ao afirmar que levará a proposta ao secretário geral da ONU.
Lula foi recebido com aglomeração de imprensa de todo o mundo. A expectativa na cúpula climática da ONU pela fala do presidente eleito é grande. Às 17h15 (horário local), ele fará o seu pronunciamento oficial na área da ONU (Blue Zone).
A declaração se deu na cerimônia em que recebeu das mãos do governador do Pará Helder Barbalho uma carta de compromisso comum de transição climática assinada pelo Consórcio Interestadual Amazônia Legal. “A sua presença é um gesto que eleva o Brasil novamente ao patamar do protagonismo da agenda ambiental, da agenda climática, e, acima de tudo, eleva o Brasil novamente a ter a capacidade de ter interlocução e falar com o mundo. E isso é, certamente, um ativo extraordinário que estará colaborando para que o Brasil encontre soluções e busque construir uma sociedade mais justa”, disse o governador, na Conferência do Clima.
Na ocasião, Lula voltou a falar sobre a retomada do protagonismo brasileiro no debate sobre o tema. “O Brasil está de volta ao mundo. O Brasil está saindo do casulo a que ele foi submetido durante os últimos quatro anos. O Brasil não nasceu para ser um país isolado”. Ele lembrou que nos últimos anos era como se o país tivesse sofrido um bloqueio não econômico, mas contra a antidemocracia e contra o negacionismo.
Lula falou novamente sobre a criação de um ministério dos povos originários e o compromisso prioritário com o combate ao desmatamento ilegal. “Se a Amazônia tem o significado que tem para o planeta Terra, não temos que medir nenhum esforço para que a gente consiga convencer as pessoas de que uma árvore em pé, uma árvore viva, serve mais que uma árvore derrubada sem nenhum critério, sem nenhuma necessidade”.
Ao receber o documento, o presidente eleito reafirmou o compromisso de retomar a aliança federativa por meio do diálogo com governadores de estados e prefeitos. “Não é possível que um presidente da República pense que é capaz de governar o Brasil sem levar em conta as necessidades dos estados e das cidades. É lá que estão os problemas do povo. É na cidade que o povo quer saúde, quer educação, quer transporte, quer qualidade de vida”, disse.
Para Lula, o caminho para acabar tanto com a fome e a miséria da população brasileira quanto com a degradação das florestas e o sofrimento dos povos indígenas passa pelo trabalho conjunto dos governos federal e estaduais. “Vamos ter que conversar muito e trabalhar juntos para que o Brasil seja motivo de orgulho ao mundo e não motivo de desespero como é hoje”.
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