Criado por Lula e Haddad, Prouni ofereceu mais de 2 milhões de bolsas em 10 anos

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“Vocês não sabem a minha felicidade ao ver que um filho de pedreiro virou doutor ou uma filha de empregada doméstica virou médica”. A frase de Luiz Inácio Lula da Silva, repetida inúmeras vezes, diz muito sobre a satisfação do ex-presidente em ver o êxito das políticas públicas criadas por ele a fim de democratizar o acesso ao ensino superior. Só o Prouni possibilitou, entre 2005 e 2015 , o ingresso de 2 milhões de pessoas de baixa renda a faculdades privadas.

O Programa Universidade para Todos (Prouni), projeto concebido por Fernando Haddad, permitiu que o tão sonhado diploma universitário  deixasse de ser privilégio dos poucos que tinham condições de estudar em boas escolas e pagar cursinhos pré-universitários. O Prouni foi implementado em 2005, quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva era presidente e o candidato à presidência Fernando Haddad era ministro da educação.

O programa destina bolsas integrais ou parciais  em faculdades privadas de todo o país a alunos de baixa renda. As vagas são oferecidas em contrapartida à isenção tributária das instituições privadas de ensino superior. Os candidatos são selecionados com base nas notas obtidas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

“O Prouni representa pra mim a coisa mais importante que um político pode fazer pelo seu povo, que é dar oportunidade. Sou a primeira a ter diploma de ensino superior por parte da família da minha mãe, que são negros”, afirma Thainara Karoline Faria, de 23 anos, filha de um pedreiro, e que se formou em direito pela Universidade de Araraquara (UNIARA), no interior de São Paulo, e também foi beneficiária do Bolsa Família.

Pedro Hallan Pinheiro, filho de professores e netos de agricultores, é hoje engenheiro elétrico, graças ao Prouni. Da cidade de Jati, no Ceará, Pedro e seus irmãos só puderam fazer curso superior graças às bolsas de estudos. Mesma realidade vivida pelo filho de pedreiro e de merendeira Mayk Diego Gomes da Gloria, de Trindade, Goiás, que hoje é psicólogo. Elba Ravane Alves Amorim, de Sertânia, Pernambuco, teve mais oportunidade que suas irmãs simplesmente por ser mais nova e ter terminado o ensino médio, em 2005, justamente quando o Prouni foi criado. Se formou advogada e hoje é mestre em direitos humanos.

As críticas de que o programa  iria rebaixar a qualidade das universidades vieram por terra com os resultados do desempenho dos bolsistas: estudo realizado pelos professores Jacques Wainer, titular do Instituto de Computação da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), e Tatiana Melguizo, da Rossier School of Education da Universidade da Carolina do Sul, nos Estados Unidos. De acordo com a pesquisa, os beneficiados pelo Prouni tiveram desempenho acima de seus colegas no Enade (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes).

A pesquisa foi realizada com mais de 1 milhão de estudantes entre os anos de 2012 e 2014. Os resultados foram publicados no artigo “Políticas de inclusão no ensino superior: avaliação do desempenho dos alunos baseado no Enade de 2012 a 2014”. A exigência feita pelo ProUni para a concessão de bolsa (obter, no mínimo, 450 pontos no Enem) e os critérios para a sua manutenção (aprovação em pelo menos 75% das disciplinas do semestre) são tidos como uma das razões para o êxito, segundo os pesquisadores.

Outra  pesquisa com ex-bolsistas do Prouni em São Paulo mostrou que quase três quartos deles conseguiram aumentar sua renda após concluir o curso de graduação. De acordo com Fabiana Costa, doutora em educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), foram entrevistados 150 jovens que se formaram no ensino superior entre 2010 e 2011, para identificar o impacto que a bolsa de estudo teve na inserção dos egressos no mercado de trabalho e na melhoria de sua condição socioeconômica.

Esse era o Brasil governado pelo filho de uma analfabeta, sem diploma de curso superior, que se tornou o presidente que mais  expandiu o ensino técnico e superior no país, ao lado de Fernando Haddad, seu melhor ministro. No governo de Fernando Haddad, a revolução na educação vai voltar a acontecer.