Em entrevista à rádio Liberal FM, do Pará, na tarde desta sexta-feira, 28, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamentou o processo de poluição do Rio Tapajós e apontou a questão ambiental como prioridade. “Já tive o prazer de tomar banho no Tapajós. Não posso conceber a ideia de que aquela água está barrenta e recebendo mercúrio”.
O ex-presidente ressaltou que a questão ambiental é crucial e que qualquer produtor que tenha compromisso com o Brasil sabe que, para continuar vendendo seus produtos no exterior, é preciso combinar a capacidade produtiva com a capacidade de preservação ambiental.
“O Brasil não precisa derrubar uma árvore. O Brasil tem terras degradadas, terras abandonadas que podem ser recuperadas para plantar o que quiser, criar gado, plantar soja, plantar milho, sem ofender a floresta”.
Para Lula, é preciso que todos entendam que, se houver investimento correto em pesquisa, a biodiversidade da Amazônia pode ser fonte de enriquecimento da região, sem destruir o meio ambiente. “O governo não pode deixar de pensar que a gente pode usar a biodiversidade para melhorar a vida do povo. A questão ambiental é sagrada. Nossa água, nossa floresta, nossa fauna têm que ser preservadas”.
De acordo com Lula, cuidar do meio ambiente é também cuidar da melhoria da qualidade de vida do povo, por exemplo, tratando do esgoto para devolver a água em boas condições para os rios. “Vamos ter que construir um novo Brasil, e construir um novo Brasil em 2023 significa colocar a questão ambiental em qualquer discussão sobre desenvolvimento. É um compromisso que temos com o pessoal que luta, que briga e que morre defendendo a questão ambiental”.
Lula elencou parte do legado dos governos petistas no Pará, citando obras como eclusas de Tucuruí, revitalização da BR-136, duplicação da Transamazônica, revitalização do porto, o programa Luz para Todos e o fortalecimento das áreas de Educação – com universidades e escolas técnicas –, e Saúde, com UPAs e UBSs.
“Tenho clareza das coisas que fizemos no Pará e o que eu queria era que todo presidente fizesse mais. Acontece que, depois que eu deixei a Presidência, e depois que deram o golpe na Dilma, fizeram menos”.
Veja a íntegra da entrevista: