Se tem algo que a gente não só lamenta mas também combate é a insistência de espalhadores de fake news em tentar “reviver” mentiras. Sem compromisso com a verdade, nem com a atualidade, o que resta ao bolsonarismo é espalhar fake news antigas pra ver se “pega”. É o que fez recentemente a ex-ministra de Bolsonaro, Damares Alves. Em sua conta no Twitter, ela publicou trecho de um vídeo antigo em que Antônio Palocci faz uma série de acusações falsas e sem provas sobre Lula. As acusações são tão falsas que não foram sequer aceitas pelo Ministério Público.
O vídeo é velho, mas Damares publicou mesmo assim, na esperança de que surtisse o mesmo efeito de quando foi divulgado na primeira vez. O material é parte de uma delação premiada de Palocci, à época da Lava Jato, na qual ele acusava Lula de ocultar R$ 15 milhões em contas no Banco BTG Pactual. As falsas acusações foram vazadas pelo então juiz Sergio Moro às vésperas das eleições presidenciais de 2018, com o nítido intuito de interferir no resultado do pleito.
A “justiça” que a Lava-Jato dizia fazer era parcial, mentirosa e inconsistente, tanto que todo o esquema foi desvendado e os processos anulados pelo STF. A corte reconheceu a parcialidade de Moro e confirmou a inocência de Lula, em todos os processos judiciais que pesavam contra ele. Damares se faz de sonsa: até a ONU reconheceu que Lula foi vítima de perseguição judicial.
Quando fez o vídeo, Palocci já havia se desligado do PT e estava sendo processado por diversos crimes. Com a falsa delação, em novembro de 2018 ele conquistou o direito de cumprir pena em regime semiaberto, usando tornozeleira eletrônica em casa.
Dois anos depois, tudo o que ele diz no vídeo foi inteiramente desmentido pela PF. Após longa investigação da Polícia Federal, todas as testemunhas, declarantes e outros colaboradores da Justiça negaram os fatos falsamente delatados por Palocci. O delegado responsável revelou, inclusive, que a “fonte” de Palocci na delação mentirosa parecia ter sido “uma pesquisa na internet”. Cara de fake, jeito de fake, era fake mesmo, Damares.
Infelizmente, lá em 2018, não houve tempo para que a verdade fosse revelada para toda a população. Aquele foi o ano em que o esquema de desinformação em massa viveu seu auge e fez estragos com consequências terríveis para o país, sentidas até hoje. Com Bolsonaro, o Brasil regrediu a níveis de pobreza e inflação de mais de 30 anos atrás. A duras penas, o país aprendeu. Ninguém mais quer cair em fake news.
E justo agora, em pleno 2022, dona Damares, que está com uma pré-candidatura ao Senado enfraquecida mesmo entre os bolsonaristas, vem espalhar essa fake antiga sobre Lula? Que feio!
O que Damares fez é covarde e mentiroso. E chega a ser triste porque rapidamente a gente consegue perceber que é um método. Existe coordenação, nunca é à toa. Além dela, outra papagaia de fake news, a deputada federal Carla Zambelli também ressuscitou algo da Lava-Jato para tentar atacar Lula. Mesmo método. Mesmo estilo. Mesmo desespero.
No caso de Zambelli, ela escolheu (ou escolheram para ela?) divulgar um vídeo também mentiroso, também já desmentido, também de acusação sem provas, no qual Delcídio do Amaral comete crime contra a honra de Lula. O ex-senador, inclusive, já foi condenado por isso e terá de pagar indenização a Lula pelas mentiras e acusações sem provas. Que feio, Damares! Que feio, Zambelli!
