Num contexto de esvaziamento dos órgãos de controle e de falta de políticas que estimulem a proteção ambiental, o desmatamento no Brasil segue crescendo e provocando estragos em todos os biomas no governo Jair Bolsonaro. Apenas em 2021, foram devastados 16,5 km², crescimento de 20,1%% com relação ao ano anterior.
Os dados são do Relatório Anual de Desmatamento no Brasil, do MapBiomas, iniciativa do Observatório do Clima, executada em parceria com ONGs, universidades e empresas de tecnologia, e que traz ainda a informação preocupante de que, do total devastado, 5,3% estavam em áreas protegidas, 3,6% em unidades de conservação e 1,7% em terras indígenas. Das terras indígenas, 40,5% tiveram ao menos um registro de desmate.
Em reportagem, o jornal O Estado de S. Paulo compara que a área verde que o Brasil perdeu no ano passado correspondente a quase todo o território do Rio de Janeiro. A Folha de S.Paulo usa a mesma simbologia para dizer que é quase três vezes a área do DF. É impressionante o índice de desmatamento no governo Bolsonaro.
Todos os biomas sofreram com o desmatamento. A Amazônia teve o maior território afetado: 59% do total, seguido por Cerrado (cerca de 30%), Caatinga (7%), Mata Atlântica (1,8%), Pantanal (1,7%) e Pampa (0,1%). A estimativa é de que na Amazônia 18 árvores sejam derrubadas por segundo, segundo reportagem do jornal O Estado de São Paulo.
Ao jornal O Estado de São Paulo, Tasso Azevedo, coordenador do MapBiomas disse que os dados “indicam que há um problema crônico e se agravando em todas as regiões do Brasil”.
A Folha conta que, em todo o país, foram cerca de 191 novos eventos de desmatamento por dia. “Para cada ação de desmate, a velocidade média foi de 0,18 hectare por dia em 2021 —contra 0,16 hectare/dia em 2020”. O jornal ressalta também que apenas 1% das ações de desmate é legal, segundo o Mapbiomas.
Em conversas sobre o Brasil, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem destacado a importância do desenvolvimento sustentável, com respeito ao meio ambiente, às áreas de proteção ambiental e às terras indígenas. Lula já disse em diferentes ocasiões, por exemplo, que não admitirá garimpo em terras indígenas.
Em entrevistas, Lula tem dito que a questão ambiental é crucial e que qualquer produtor que tenha compromisso com o Brasil sabe que, para continuar vendendo seus produtos no exterior, é preciso combinar a capacidade produtiva com a capacidade de preservação ambiental. “O Brasil não precisa derrubar uma árvore. O Brasil tem terras degradadas, terras abandonadas que podem ser recuperadas para plantar o que quiser, criar gado, plantar soja, plantar milho, sem ofender a floresta”, disse recentemente.
O respeito ao meio ambiente está expresso também nas diretrizes do plano de governo do movimento Vamos Juntos pelo Brasil, da chapa Lula-Alckmin. “Vamos combater o uso predatório dos recursos naturais e estimular as atividades econômicas com menor impacto ecológico. Para isso, será necessário recuperar as capacidades estatais, o planejamento e a participação social fortalecendo o Sistema Nacional de Meio Ambiente e a Funai. Reafirmamos o nosso compromisso com as instituições federais, que foram desrespeitadas e sucateadas por práticas recorrentes de assédio moral e institucional”, diz a diretriz 49.
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