Ao ser perguntado como conseguiu promover a maior inclusão social da história do Brasil, em entrevista ao Canal Once, do México, na semana passada, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva contou que utilizou uma fórmula simples. “O grande milagre do nosso governo foi colocar o povo pobre no orçamento”, respondeu, para à frente concluir: “E foi justamente por causa dessa política que deram o golpe na presidenta Dilma”.Poucas áreas deixam tão evidente o que Lula diz quanto a Saúde.
Nos governos do Partido dos Trabalhadores, os investimentos em ações e serviços públicos do setor cresceram 86% acima da inflação, passando dos R$ 64,8 bilhões investidos em 2003, no primeiro ano do governo Lula, para R$ 120,4 bilhões no último ano do governo Dilma.
Após o golpe, o que se viu foi a aprovação de um teto de gastos desumano, que faz o orçamento do Sistema Único de Saúde (SUS) diminuir ano a ano, até mesmo durante a pandemia. Tirar Dilma do Planalto foi a forma de tirar o pobre do orçamento. E na Saúde isso significou enfraquecer e, em alguns casos, acabar com programas que foram essenciais para aumentar o tempo e a qualidade de vida dos brasileiros.
Com mais recursos injetados no SUS, Lula e Dilma criaram políticas inovadoras, como o Programa Mais Médicos, a Farmácia Popular e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Sim, de tão presentes na vida dos brasileiros, algumas iniciativas parece que sempre existiram, mas são fruto do compromisso do PT com a Saúde.
O Samu foi criado por Lula em seu segundo ano na Presidência. De lá até 2016, 3.049 municípios de todos os estados brasileiros já haviam recebido 2.525 ambulâncias básicas, 583 UTIs móveis e 185 centrais de regulação, cobrindo nada menos que 75% da população brasileira. Após o golpe contra Dilma Rousseff, o programa teve sua expansão interrompida.
Já o Farmácia Popular marcou o primeiro ano do governo Dilma, com uma estratégia tão simples quanto eficaz. Como mais de 60% das mortes com causas conhecidas no país tinham relação com o diabetes e a pressão alta, o governo federal passou a financiar os medicamentos para tratar essas doenças. E as pessoas passaram a ter o direito de adquiri-los nas farmácias de graça. Em 2012, três medicamentos para asma, doença que mais provocava internação de crianças, foram incluídos. Em 2016, o total de beneficiados passava de 30 milhões. E o país ainda havia economizado, porque a distribuição de remédios reduziu o número de internações, que custava muito mais ao SUS. Em 2017, Temer extinguiu o programa.
Outro marco dos governo Lula e Dilma foi o Mais Médicos. Lançado em julho de 2013, ele resolveu um problema histórico no Brasil: a falta de doutores nas periferias das grandes cidades e no interior do país. O programa contratou 18.240 profissionais, que atenderam 63 milhões de brasileiras e brasileiros. Um dado mostra o quanto a iniciativa era necessária: em 2016, quase metade dos municípios brasileiros só tinham médicos contratados pelo programa, que, mesmo assim, foi alvo de desmonte até ser extinto por Jair Bolsonaro.
Os investimentos crescentes em Saúde permitiram ainda aumentar a cobertura das equipes do Saúde da Família de 32% para 61% da população; construir 4,2 mil Unidas Básicas de Saúde (UBS) e ampliar ou reformar outras 11,4 mil; levar tratamento dentário a 83 milhões de pessoas por meio do Brasil Sorridente; criar 449 Unidades de Pronto Atendimento (UPAs); e fazer a taxa de mortalidade infantil, que, em 2010, era de 17,2%, cair para 13,3%, em 2016.
Todos esses números mostram que é possível construir um sistema de saúde público de qualidade no Brasil. E revelam a importância de se defender o SUS e lutar contra o desmonte e o processo de privatização que Bolsonaro coloca em prática. Defender o SUS é defender nossas próprias vidas.
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