Donos de micros e pequenas empresas de todo o Brasil reconhecem os avanços que o segmento conquistou nos governos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e lançaram manifesto em apoio à volta dele ao Palácio do Planalto, tendo o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, como vice.
No documento, os empresários contextualizam problemas que enfrentam e apontam soluções. “Lula e Alckmin estão comprometidos em impulsionar o mercado interno e sabem da importância de ajudar o setor a superar o endividamento, as condições de crédito e o poder de investimento para recuperar a economia do país”, destaca o manifesto.
Entre as propostas, eles sugerem a criação de um ministério específico para tratar das demandas das micro e pequenas empresas, aumento da participação nas compras governamentais e crédito de bancos públicos com juros baixos.
Principais políticas para o segmento foram feitas por Lula
Parte do grupo que assina o documento participou de encontro com Lula e Alckmin em agosto. Na ocasião, esses empresários relataram as dificuldades que vivem atualmente, sem apoio do governo federal. Listaram exemplos diversos de políticas dos governos petistas que garantiam a sobrevivência de micros e pequenos negócios e facilitavam a vida de quem queria empreender. Da reunião, com cerca de 300 empresários, saiu a ideia do manifesto.
Paulo Feldmann, coordenador do Napp Micro e Pequenas Empresas, da Fundação Perseu Abramo, diz que as principais iniciativas voltadas para o segmento foram feitas no governo Lula. Por exemplo, a lei das microempresas, o Simples e o Cartão BNDES. Ele destaca a importância dos micro e pequenos negócios para a economia. São responsáveis, por exemplo, por cerca de 75% dos empregos gerados durante e no pós-pandemia.
“A crise tem mostrado nos países mais desenvolvidos que daqui para frente, quem vai empregar não é mais a grande empresa. A grande está se robotizando, se automatizando. Em vez de contratar pessoas, compra robôs. Agora, quem tem condições de gerar emprego é a pequena. O que é fundamental nesse momento é estimular o empreendedorismo, fazer com que surja grande número de pequenas empresas porque são elas que vão gerar os empregos”, afirmou Feldmann, lembrando que micro e pequenas empresas representam 99% do conjunto de empresas do Brasil. Grandes e médias são só 1%.
Feldmann diz que é fundamental o próximo governo oferecer forte apoio ao segmento e que o programa da Coligação Brasil da Esperança tem propostas para isso. Uma das iniciativas será o apoio à exportação, já que do total das vendas externas do Brasil apenas 1% é feito pelos empreendimentos menores.
Exportar e vender para grandes e médias
Segundo o coordenador do Napp, a ideia é estimular a criação de consórcios que reúnem empresas e que recebem incentivo do governo para exportação, com redução de impostos e empréstimo a juros baixos. No caso da Itália, uma referência para o projeto brasileiro, o governo fornece e mantém a marca dos consórcios.
Outra medida importante, segundo ele, é fazer com que micro e pequenas empresas inovem. Isso pode ser feito a partir do estímulo da relação desse grupo com as universidades públicas. Há experiência, de países que mantêm espécie de incubadora de empresas, que ficam temporariamente em hotéis recebendo apoio do conhecimento científico da universidade.
“Outra coisa importante é você fazer com que a grande empresa compre da pequena. Isso também é muito importante porque você precisa integrar a grande com a pequena. Para isso, criar incentivos, como redução de impostos, para que a grande compre da pequena”, concluiu.