O lançamento da candidatura de Bolsonaro foi um show de mentiras e ilegalidades. De cara, foram as mentiras do Charlatão do Povo que chamaram atenção. Em seguida, as ilegalidades do evento em si, que teve showmício e gerou processo no TSE. Chamada a participar da campanha do marido, Michelle (aquela dos cheques do Queiroz) mostrou que mentira é de família.
Em sua fala, programada para tentar reduzir a rejeição das mulheres a Bolsonaro, a primeira dama espalhou desinformação. Chamou de “rótulos” algumas verdades sobre o desrespeito sistemático do marido em relação às mulheres. E mostrou que quem não faz, inventa. Na sequência, Michelle torceu números e forçou a barra para esconder a verdade. Como mentira é coisa de família, Flávio Bolsonaro (aquele que o TSE obrigou a apagar fake news contra Lula) publicou vídeo da fala dela e mentiu ao dizer que seu pai “foi o presidente que mais sancionou leis de proteção das mulheres”.
Ao listar as supostas 70 leis favoráveis às mulheres, Michelle esqueceu de dizer que nenhuma — ne-nhu-ma — foi proposta por Bolsonaro. Ele apenas sancionou. Ou seja, não fez mais do que a obrigação. Ela não citou as outras que, contrariando a vontade popular e campanhas intensas na sociedade, ele fez questão de vetar. Foi assim ao vetar a distribuição gratuita de absorventes para estudantes e presidiárias (o veto foi derrubado pelo Congresso).
A reportagem do Estadão também destacou que apenas 46 leis favoreciam diretamente as mulheres. Outras dizem respeito a elas mulheres, porém para retirar direitos — como a lei sancionada por Bolsonaro que anistia os partidos que não aplicaram os recursos exigidos por lei para estimular a participação feminina. Sem ter o que apresentar, Michelle inventou, com suas mentiras, um Bolsonaro aliado das mulheres.
O contraste com os governos Lula e Dilma não poderia ser maior. Isso porque as gestões do PT colocam a mulher como protagonista de programas sociais. Em todas as áreas da atuação do Estado, um olhar dedicado para garantir a elas acesso a direitos, fortalecimento econômico, combate à violência de gênero e redução das desigualdades. Além disso, Lula trouxe 11 ministras para o Planalto, governou com e para as mulheres. Não à toa, nessa faixa ele sempre liderou as pesquisas de intenção de voto. Mulher não esquece. E sabe o que é de verdade.
Tirando o véu da mentira, o que se sobressai na maneira como o governo Bolsonaro trata as mulheres é desprezo. O orçamento para programas que atendem mulheres despencou. Ou seja, orçamento do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos é o menor da Esplanada dos Ministérios. Piorou muito, também, a qualidade dos programas e políticas públicas em si. A gestão de Damares à frente da pasta foi errática, doutrinária e desrespeitosa com a diversidade das famílias e mulheres brasileiras.
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