O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou nesta quarta-feira (9) na Conferência Internacional do Congresso do Partido Social-Democrata Alemã (SPD) sobre o processo de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff aberto por Eduardo Cunha.
Lula foi o convidado de honra para a palestra “Política progressista em tempos desafiadores”, que abriu o evento, que contou com 300 delegados de diferentes partidos progressistas de 40 países de todo o mundo, das Filipinas à Suécia, da Espanha à África do Sul.
O ex-presidente fez questão de abrir sua conferência com um informe aos partidos progressistas do mundo sobre o momento político no Brasil. Lula explicou que o processo de impeachment foi aberto “por vingança” do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, porque o PT não o protegeu da abertura de um processo no Conselho de Ética.
“Vocês sabem que nós tivemos, ano passado, uma eleição muito dura no Brasil. Quando a presidenta Dilma terminar seu mandato em 2018, o PT será o partido que mais tempo governou o Brasil. E me parece que alguns setores da sociedade, que perderam a quarta eleição no Brasil, não querem permitir que a presidenta Dilma conclua seu mandato”, avaliou Lula, que relembrou que esse movimento ocorre justamente neste que é o período mais longo de democracia ininterrupta da história do Brasil.
“Imaginem vocês que não existe nenhuma acusação contra a Dilma. Não há nenhum ato ilegal cometido pela presidenta. Eu duvido que tenha um brasileiro ou brasileira que sequer pense que a presidenta Dilma é desonesta”, ressaltou Lula. “Por isso, o que está em jogo não é a presidenta Dilma, mas o Estado Democrático de Direito em nosso país”, concluiu.
Apresentado como um “convidado extraordinário”, por Martin Schulz, presidente do Parlamento Europeu, o ex-presidente caracterizou a proposta de impeachment como “uma tentativa de golpe explícito contra a presidente Dilma e o Brasil”. Além da situação política no Brasil (ouça o áudio completo da fala abaixo), Lula incentivou os partidos sociais-democratas do mundo a buscarem de uma nova utopia, para atender a esperança da juventude do mundo.
O ex-presidente criticou a falta de instituições globais e os conflitos que geram massas de refugiados no mundo. “Eu quero saber que instituição autorizou a Guerra do Iraque? O ataque à Líbia, quando o país não era uma ameaça para ninguém? Quem se responsabiliza?”
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Ouça a fala do ex-presidente Lula na Alemanha:
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