por Fernanda Estima, da Fundação Perseu Abramo
O entrevistaFPA desta segunda-feira, 30, ouviu o economista Eduardo Fagnani, professor do Instituto de Economia da Unicamp, pesquisador Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho (Cesit) e membro do Grupo de Conjuntura da Fundação Perseu Abramo (FPA).
Com os dados atualizados da última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), divulgada na sexta-feira, 27, Fagnani falou sobre os aspectos sociais da pesquisa.
O professor foi categórico: os dados da Pnad são resultado da ação conjunta de políticas sociais com as econômicas e os vários programas de redução da pobreza. “Dados mostram que rendimento cresceu e houve redução da desigualdade”, afirmou Fagnani.
Assista a íntegra da entrevista de Eduardo Fagnani sobre o Pnad:
Segundo os dados da Pnad, as maiores taxas de analfabetismo estão nas faixas de mais de 50 anos, enquanto a educação dos mais jovens segue melhorando
Sobre os índices de educação apontados na Pnad, Fagnani defende que o Brasil está “no caminho certo, apesar de não apurar a qualidade do ensino, mas universalização já existe” e isso, segundo o professor, é o que irá garantir a diminuição das taxas de analfabetismo.
Em sua análise, a educação infantil vem sendo ampliada e isso é fato importante, “a chave para acabar com o analfabetismo”. Não há como analisar o Brasil de hoje sem deixar de comentar os anos de governos neoliberais, quando foram transferidas as responsabilidades e os problemas passaram a ser dos indivíduos e não do Estado.
Eduardo também defendeu que é preciso pensar nos desafios do futuro. “Criamos mais de 18 milhões de empregos, mas são postos em geral em torno de um e meio salário mínimo. Grande parte foi criado no setor de serviços, construção civil. Acredito que é importante na nossa reflexão pensar no crescimento industrial, que é capaz de aumentar a inserção dos trabalhadores de maneira menos precária”.
Os dados da Pnad seguem mostrando a continuidade da difusão do consumo de bens duráveis. Fagnani falou também sobre a importância de desmercantilizar os serviços que devem ser públicos e de qualidade, “não basta o debate sobre taxar grandes fortunas, é preciso mudar o sistema tributário do país”, declarou Fagnani.
“Precisamos de um projeto que atravesse os desafios enormes”. E para isso, Fagnani aposta no investimento das indústrias como possibilidade de enfrentar a desigualdade.
Fotos: Sergio Silva
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