As perspectivas para a produção agrícola e a pecuária na África Austral (que abrange 15 países como Angola, Malawi e Moçambique) foram comprometidas pelo El Niño, fenômeno que altera os padrões climáticos provocando enchentes e estiagem em diferentes lugares.
Na região, o El Niño reduziu a frequência das chuvas e elevou a temperatura. De acordo com a FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação), os pequenos agricultores são praticamente dependentes da chuva, o que torna a produção altamente suscetível às variações climáticas.
A organização lembrou que a crise deste ano deve ser a pior em três décadas e que ela atinge o seu pico em janeiro, na época da colheita habitual na África Austral. Caracterizado pelo aquecimento das águas do Oceano Pacífico, o fenômeno tem sido associado à redução da produção agrícola em vários países como na África do Sul, maior produtor de cereais da região.
A África do Sul declarou estado de seca em cinco províncias, Lesoto emitiu um plano de mitigação da seca e Suazilândia implementou restrições de água para controlar os reservatórios.
A produção de milho na região caiu 27% em 2015, provocando um aumento acentuado no número de pessoas vulneráveis à insegurança alimentar. Os preços do milho no atacado subiram 50% comparados ao ano anterior.
Para reduzir os efeitos da alteração climática, a FAO aprovou várias intervenções em toda a África Austral que incluem apoiar agricultores a partir da distribuição de sementes e ração para gado, aprimorar os sistemas de irrigação e melhor o acesso dos agricultores ao financiamento rural.