Em 2010, Lula visitou PE e AL e liberou verbas para consertar estragos causados pelas enchentes

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Fortes chuvas ao longo dos últimos dias causaram tragédias imensas nos estados de Pernambuco, onde pelo menos 56 pessoas perderam a vida, outras 56 estão desaparecidas e mais de 3,9 mil tiveram de abandonar suas casas por risco de deslizamento na região metropolitana de Recife, e Alagoas, que teve ao menos duas mortes e mais de 3,5 mil pessoas estão desabrigadas em 33 municípios atingidos. 

Nos dois estados, equipes da Defesa Civil ainda trabalham para procurar os desaparecidos, avaliar os estragos causados na infraestrutura dos municípios e os riscos para os imóveis mais atingidos. Ainda não se tem uma avaliação financeira dos prejuízos causados para as cidades e os moradores.

O cenário catastrófico lembra o que ocorreu em junho de 2010, quando temporais mataram dezenas de pessoas nos dois estados e causaram prejuízos bilionários. Na época, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva cancelou sua participação em uma reunião do G20 no Canadá, onde iria discutir com outros líderes mundiais os efeitos da crise que ainda atingia a economia mundial e teria reuniões bilaterais com o então presidente da França, Nicolas Sarkozy, e a chanceler da Alemanha, Angela Merkel. 

Ele se deslocou para as regiões atingidas, observou de helicóptero os danos causados pelas águas, como uma ponte e uma barragem destruídas pela enchente em Rio Largo (AL), e se reuniu com os então governadores de Alagoas, Teotônio Vilella, e Pernambuco, Eduardo Campos. Como forma de ação emergencial, anunciou uma verba inicial de R$ 275 milhões para cada estado, que poderia ser ampliada conforme a necessidade.

“Eu tenho um compromisso moral, enquanto ser humano, enquanto presidente, enquanto homem, enquanto brasileiro, de ajudar essa gente a reconstruir a sua vida. É por isso que nós já tomamos a atitude de colocar à disposição dos governadores R$ 275 milhões como antecipação”, disse Lula na ocasião, durante uma coletiva de imprensa.

Além da verba para os estados, outras ações emergenciais incluíram a liberação do FGTS para saque pela população das cidades atingidas, a criação de uma linha de crédito de R$ 1 bilhão para comerciantes e produtores agrícolas, e o repasse de R$ 51 milhões do Ministério da Educação para a realização de reparos nas escolas que foram danificadas.

Segundo os cálculos dos governos na época, a chuva atingiu diretamente 268 mil pessoas em 19 municípios em Alagoas e causou 26 mortes, além de um prejuízo de R$ 953 milhões. Em Pernambuco, pouco menos de 100 mil habitantes foram afetados pela tragédia, que matou 20 pessoas e causou danos no valor de R$ 586 milhões. O total de R$ 1,53 bilhão, corrigido pela inflação, seria equivalente hoje a R$ 3,15 bilhões.