Em ato em Belo Horizonte, Lula pede que o amor seja a força que vai unir o Brasil

Compartilhar:

Em seu discurso na noite de hoje, 9, para milhares de pessoas no Expo Minas, em Belo Horizonte (MG), no lançamento local do Movimento Vamos Juntos Pelo Brasil, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pediu que o amor e não o ódio seja a força que vai promover as mudanças para tirar o Brasil da situação em que se encontra atualmente. Horas antes, ele também pediu união durante um encontro com lideranças de Minas Gerais.

“Não podemos ficar transmitindo raiva, transmitindo ódio, porque não resolve o problema de ninguém, o que resolve o problema é o amor. É amor quer a gente tem que dar, que tem que ter de sobra neste país. É por isso que com 76 anos, ao invés de estar com raiva, ao invés de estar com ódio, estou apaixonado e vou casar agora. Vou casar para demonstrar minha confiança no Brasil, para demonstrar minha confiança no futuro deste país”, disse Lula, que estava acompanhado no palco por sua noiva, Rosângela Janja da Silva.

O ex-presidente também se mostrou indignado com a situação do povo brasileiro, que já havia saído do Mapa da Fome da ONU em 2014 e, graças ao golpe e às políticas desastrosas adotadas nos governos Temer e Bolsonaro, voltou a passar necessidades como há anos não passava.

“Quero dizer para vocês que com 76 anos eu estou de volta. Estou de volta com a energia que eu tinha com 30 anos, com motivação política do mesmo jeito que eu tinha quando comecei. Porque eu tenho uma causa, e a minha causa é a gente libertar o povo brasileiro do sofrimento. Ninguém que mora nesse país, que é o terceiro maior produtor de alimento do mundo, pode deixar de se indignar porque a gente sabe que no vizinho da gente tem uma criança indo dormir sem tomar um copo de leite, sem comer um pão com manteiga, ninguém pode se conformar”, ressaltou.

Retrato da fome 

Lula citou uma história desesperadora que viu em uma reportagem televisiva, com um idoso de mais de 90 anos vivendo na rua por não ter mais dinheiro para nada.

“Esses dias, eu vi um senhor de 94 anos na televisão dizendo ‘o que eu fiz pra Deus pra aos 94 anos estar morando na rua?’ Não é normal, este país é grande, tem tudo, é o maior produtor de proteína animal do planeta Terra e tem gente correndo atrás de carcaça, tem gente correndo atrás de osso, que vergonha! O povo não está deixando de comer porque não tem alimento, o povo tá deixando de comer porque falta dinheiro, porque falta vergonha na cara de quem governa este país. Só peço para vocês, a gente não tem o direito de desanimar”, pediu o ex-presidente.

Para ele, é primordial recuperar o espírito de solidariedade do povo. “Vamos ter que carregar no peito a fraternidade, a solidariedade, o amor, a compaixão. Vamos lotar este país de gestos de irmandade. Sou de um tempo que a minha mãe às vezes ia na casa da vizinha pegar uma xícara de óleo emprestada porque a gente não tinha, às vezes para pedir sal emprestado. Quando deixei a presidência, achei que isso tinha acabado, pensei que isso nunca ia voltar. Deram um golpe na Dilma dizendo que ia melhorar, mas o golpe foi pra piorar o que existe neste país”, declarou.