A obsessão de Bolsonaro por apropriar-se de políticas e projetos alheios segue a todo vapor. Depois do desmonte de programas como o Bolsa Família, o Minha Casa, Minha Vida e o Mais Médicos, Bolsonaro e seus apoiadores se esforçam para tentar dizer que a transposição do São Francisco, obra que ficou 170 anos no papel antes de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva colocá-la em execução. Para tanto, os bolsonaristas utilizam-se de toda sorte de falácias e mentiras.
O deputado estadual bolsonarista Coronel Azevedo (PSC-RN), por exemplo, assentou mais um tijolo na obra de desvio da verdade sobre a transposição do Rio São Francisco. Desavisado ou muito mal intencionado subiu no púlpito e gastou dinheiro dos contribuintes mentindo que a transposição é obra de Bolsonaro e acusando o presidente Lula levianamente. .
“O resumo é o seguinte, Bolsonaro trouxe a água e Lula levou o dinheiro”, disse o deputado que parte da fábrica de fake news. Com isso, comete crime de injúria ao acusar Lula de corrupção e mente com o objetivo de jogar louros sobre a gestão do atual presidente pela chegada das águas do São Francisco ao estado do Rio Grande do Norte. Mas o fato é que o papel do ex-capitão é bastante secundário neste sentido.
Apropriação do trabalho alheio
O absurdo faz parte de uma série de fake news que tenta enganar as pessoas sobre um ilusório protagonismo bolsonarista nas obras que transpõem as águas do Rio São Francisco a regiões do semiárido nordestino.
A obra foi estruturada e teve início no governo do presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT). Quando Jair Bolsonaro, que mente pelo menos sete vezes por dia, assumiu a presidência, mais de 92,5% da obra de transposição do Rio São Francisco já estava concluída.
A presidenta Dilma Rousseff (PT) havia entregue parte do ramal norte em 2015, quando foi vítima do golpe parlamentar que a tirou do poder o Eixo Norte da obra já tinha 87% das obras concluídas e o Eixo Leste 84,4%. Ou seja, os governos de Lula e Dilma Rousseff foram responsáveis pela execução de 88% das obras do empreendimento.
Como Bolsonaro não é original nem na mentira, em 2017, Michel Temer inaugurou o ramal leste da obra, se aproveitando de resultados da gestão de Lula e Dilma. A situação foi corrigida com uma inauguração popular mostrando que quem tocou a maior parte do projeto foram os governos do PT.
Edificação de mentiras
Em campanha permanente, Bolsonaro tenta se apropriar de políticas petistas para tentar atrair um eleitorado que sofre com o crescimento recorde da miséria desde o início da gestão bolsonarista.
Parte deste fracasso, tem a ver com a falta de diálogo. No poder, o ex-capitão passou quatro anos fechando todas as portas de diálogo com os governadores da região Nordeste e dificultando o acesso do povo aos programas sociais.
No conjunto de mentiras do gabinete do ódio, os bolsonaristas já usaram fotos de 2012 – portanto, do governo Dilma – para mentir sobre o andamento das obras; atribuíram a Bolsonaro obra de transposição do São Francisco em Cabrobó, concluída em 2015 (durante o governo petista) ; utilizaram fotos de estações das águas inauguradas por Dilma como se fossem obras do atual governo.
Outra mentira constante é que o governo Bolsonaro teve de reconstruir trechos da transposição inaugurado por Temer e Lula. A operação faz parte de uma apropriação eleitoreira de uma obra de interesse nacional.
Bucha de canhão
Candidato bolsonarista nas últimas eleições em Natal, Coronel Azevedo conquistou um pouco mais de 6 mil votos, figurando entre os candidatos com menor votação na disputa. Se não bastasse, foi acusado por propaganda antecipada pelo TRE/RN.
O bolsonarista ainda tem ligações com membros acusados de fazer parte das milícias digitais como Daniel Silveira, Oswaldo Eustáquio e Roberto Jefferson.