Um áudio fake atribuído ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cuja autoria já foi desmentida diversas vezes por agências de checagem, voltou a circular para tentar prejudicar Lula. O método é conhecido da milícia digital: consiste em repetir velhas mentiras, com pequenas variações, para “ver se cola”. Na versão atual da fake, uma suposta verificação confirmaria se tratar de Lula. Isso é falso. A verdade é que, em tendência de baixa nas pesquisas de intenção de voto, o que resta ao gabinete do ódio é atacar Lula de todas as formas para distrair o povo do que interessa. As eleições estão aí e o salário mínimo nunca valeu tão pouco, os empregos nunca foram tão precários no país, as crianças estão sem merenda na escola e a Farmácia Popular está sendo cortada drasticamente por Bolsonaro: o pior presidente que o país já teve.
E vamos ao desmentido. Esse áudio falso apareceu em 2017 e foi desmascarado, inclusive, por não ter congruência com os fatos aos quais supostamente se relacionava (a delação premiada de Antônio Palocci, que depois seria descartada pela Polícia Federal por ser falsa, sequer tinha ocorrido). Dois anos depois, em 2019, o mesmo áudio fake voltou a circular em postagens mentirosas no Facebook, que agora diziam ser de um telefonema para Rui Falcão. Novamente, a “notícia” foi desmentida por agências de checagem. Em junho e julho desse ano, mais uma vez, o suposto áudio foi desmentido pelas agência de checagem Aos Fatos, Projeto Comprova, Estadão, G1 e Yahoo. Agora, volta a circular, trazendo uma suposta verificação feita por uma perita aposentada do DF. Em todo o ciclo, é notório o método de “esquecer” e “lembrar” de supostas “bombas” contra Lula, ao sabor do vento. Também é típico do bolsonarismo variar o perfil de quem publica a fake: ora perfis pequenos, ora perfis médios, ora os maiores mentirosos da internet.
O lado de lá segue cometendo crime eleitoral
A pouco mais de 15 dias das eleições, Bolsonaro desidrata nas pesquisas das intenções de voto. Por isso, o lado de lá requenta fake news como se fossem novidade e inventa fatos falsos para tentar “colar” como verdade. Essas ações configuram crime, de acordo com o art. 325 do Código Eleitoral do TSE. Sem uma ação que puna os criminosos, já sabemos qual é o resultado: o bolsonarismo cria um clima de insegurança, incitação ao ódio e desestabilização da democracia.
Quanto à versão atual da velha fake news, não se sabe quem fez o grampo, quem o replicou, nem em que condições ele teria sido obtido, o que já configura forte indício de ser desinformação.
Que caminho o áudio fake de Lula percorreu para tentar para se passar por verdade
A nova versão do áudio fake começou a ser veiculada, agora, pelo portal de notícias fundado pelo falso filósofo e anti-intelectual Olavo de Carvalho. Os conteúdos da página são produzidos por jornalistas que não dispõem de credibilidade na profissão e por tuiteiros, como Bárbara “Te atualizei”, apontada como uma geradora de interações com contas falsas para atacar Lula.
Além disso, a notícia está se espalhando de forma rápida por estar sendo replicada por conhecidos perfis mentirosos, como o do youtuber Gustavo Gayer. O tal “influencer” que tenta alavancar uma carreira política através da mentira, da fachada do conservadorismo, apoiando a família (apenas no papel, como já mostramos) e se escalando na figura de Bolsonaro.
A produção e disseminação de fake news é uma tática, um esquema criminoso utilizado pelo bolsonarismo. Eles fazem ações coordenadas para espalhar as notícias inicialmente em perfis pequenos nas redes sociais, depois por perfis maiores, como os dos filhos de Bolsonaro e finalmente pelo próprio Mentiroso da República.
Temos alertado que os ataques de Bolsonaro e seus seguidores estão aumentando nessa reta final das eleições. É dever de todos os brasileiros comprometidos com a democracia combater as fake news e espalhar a verdade. Não podemos deixar que eles manipulem e enganem os brasileiros como fizeram nas eleições de 2018, atacando Lula e Fernando Haddad. Viu uma fake? Não interaja. Denuncie!
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