Em encontro com empresários, Alckmin defende diálogo para reconstruir o Brasil

Ex-governador afirma que a democracia corre risco no país e que atual gestão promoveu o desmonte do Estado brasileiro

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O ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin disse nesta quarta-feira (17/08) que “um programa de governo democrático não se faz organizando motociata ou de jet ski, e sim ouvindo as pessoas”. Durante encontro com empresários e empresárias de pequenas empresas em São Paulo (SP), Alckmim elencou os problemas que Jair Bolsonaro criou para o Brasil e disse que Lula é um homem de diálogo, pronto para “reconstruir as bases” para o país voltar a crescer.

“Eleição é escolha e comparação. O Mário Covas [ex-governador de São Paulo, morto em 2001] dizia que o povo não erra, que ele só precisa ter todas as informações. É nosso dever levar essas informações. A democracia brasileira corre risco, essa é a grande realidade. Um governo que permanentemente trabalha contra as instituições, é confusão todos os dias, desmonte do estado brasileiro em todas as áreas”, acusou.

Alckmin disse que no governo Bolsonaro os órgãos públicos trabalham contra o país. “A Cultura trabalha contra o artista, o Ibama é manipulado pelo governo, é contra o meio ambiente, é impressionante a situação que estamos vivendo. A economia anda de marcha ré. O nível de endividamento, não só de empresários, mas da população de modo geral, até para poder se alimentar. A inflação não é 10%, o leite subiu 70%, o café da manhã está mais caro. Na área ambiental, o desmatamento recorde. A educação deu marcha ré, ninguém consegue sequer lembrar o nome do ministro da Educação”.

Médico de formação, Alckmin citou ainda a pandemia, para dizer que o Brasil não pode continuar por mais quatro anos na mão do bolsonarismo. “Três coisas mudaram o mundo: água potável, vacina e antibiótico. Você negar vacina? Impedir o povo de ter acesso à vacina? Promover negacionismo? O resultado é esse: o Brasil, que tem 3% da população do mundo, teve 10,5% das mortes na pandemia, além dos impactos sociais e econômicos. Enfim, não há merecimento para um novo mandato [de Jair Bolsonaro]”, afirmou.

Por fim, o paulista reforçou a credibilidade do ex-presidente e o apontou como único nome para tirar o país da crise. “O presidente Lula é quem tem a liderança, repito, liderança e a experiência para reconstruir boas bases pro Brasil poder crescer. Ele já provou isso. No seu governo a economia cresceu mais de 4% ao ano, e no último ano, em 2010, cresceu 7,5%, sem inflação, o que mostra que o Estado tem um papel indutor do desenvolvimento, estimulador e consolidador de boas políticas públicas”.

“É nosso dever, nós temos que nos unir. Como dizia Paulo Freire, é preciso unir os divergentes para enfrentar os antagônicos. Precisamos estar unidos nesses 45 dias com diálogo, paz e amor. Não vamos responder o ódio com ódio. E que nós sejamos, presidente Lula, se Deus quiser, um instrumento do povo para uma grande vitória no dia 2 de outubro, que será a vitória da esperança do povo brasileiro”, completou.