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Em primeiro discurso no Gabinete de Transição, Lula defende combate à fome e responsabilidade fiscal

Em sua primeira reunião com parlamentares no Gabinete de Transição como presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva se emocionou em seu discurso ao falar da fome. “Eu quero dizer para vocês: se quando eu terminar esse mandato, cada brasileiro estiver tomando café, estiver almoçando e estiver jantando, outra vez, eu terei cumprido a missão da minha vida.”

Para cumprir as promessas de campanha e realizar as mudanças, o presidente foi claro quanto às suas prioridades: “Nós temos que garantir uma política fiscal muito séria porque é preciso pagar os juros com o sistema financeiro. E aqui eu tenho dito durante a campanha ninguém pode falar de responsabilidade fiscal comigo. Ninguém. Poder falar, pode. Mas ninguém nesse país pode dizer que tem alguém mais responsável do que eu.”

Lula: “O Brasil foi o único país do G20 que, durante todo meu mandato, fizemos superávit primário”

O presidente eleito lembrou as realizações de seus governos anteriores no que se refere à responsabilidade fiscal junto com desenvolvimento: “Vocês se lembram que esse país tinha uma dívida com o FMI em que o ministro Malan, todo final de ano, tinha que ir a Washington pegar dinheiro para tentar fechar o caixa, e o Brasil era humilhado todo ano, com gente chegando no aeroporto do Rio de Janeiro ou de São Paulo para fiscalizar as contas brasileiras e dizer o que que a gente podia gastar e o que não podia gastar. A palavra desenvolvimento não existia, a palavra emprego não existia. Era só a palavra fiscal para garantir que a gente pudesse pagar o FMI”, disse ele.

Lula ressaltou que, nas suas gestões, não apenas foi paga a dívida com o FMI, como o país passou a ter reservas internacionais que protegem a economia até hoje. “O Brasil foi o único país do G20 que, durante todo meu mandato, fizemos superávit primário, eu tinha até gente do PT que saiu do PT porque eu elevei o superávit primário”, completou.

O presidente eleito esclareceu também que a equipe da transição não vai necessariamente ter papel no governo, a partir do ano que vem. “Eu fiz questão de nomear o Alckmin para coordenador, primeiro para que ninguém pensasse que coordenador vai ser ministro. Ele não disputa vaga de ministro, ele é o vice-presidente da República.” E completou: “A comissão de transição não decide nada. Como se fosse uma máquina de ressonância magnética, vai fazer um levantamento da situação do país, vamos discutir e tomar decisões para começar o processo de mudança no nosso país. Se alguém quiser contribuir, mandar proposta, tiver alguma coisa, por favor, não se sintam excluídos.”

Geraldo Alckmin explica os pilares da transição: democrática, participativa e contributiva

O vice-presidente eleito e coordenador da Transição, Geraldo Alckmin, também falou para os presentes. Ele destacou que a campanha, mesmo sendo dura, foi muito bonita. “Vimos a população de Norte a Sul do país com entusiasmo e confiança.”

Sobre a transição, Alckmin explicou sobre os três pilares os quais será apoiada: democrática, participativa e contributiva. O vice-presidente eleito reafirmou o protagonismo da democracia como parte da vida do presidente Lula: “só no regime democrático nós teríamos o maior líder popular do Brasil eleito presidente da República”. Ao todo, 14 partidos participam da transição e Alckmin sublinhou a necessidade de colaboração e participação entre os integrantes. “Um governo moderno está sempre interagindo, ouvindo, estimulando a participação”.

“O Brasil tem pressa para combater a fome, para crescer, para gerar empregos e renda”, priorizou Alckmin, ao explicar o trabalho da equipe de transição que vai levantar dados, antecipar questões e ganhar tempo na busca pela eficiência dos trabalhos.

Gleisi agradece ao empenho dos parlamentares e ressalta os trabalhos para as mudanças

Primeira a falar na reunião, Gleisi abriu seu discurso agradecendo o empenho de todos e destacando que a vitória nessas eleições foi um sinal de que o povo queria mudanças. “E, para que elas aconteçam, nós vamos precisar que os parlamentares das nossas bancadas do Senado e da Câmara sejam sempre atuantes, estejam sempre alertas e trabalhem muito.” Gleisi também ressaltou que as visitas feitas ontem às principais instituições foram importantes para resgatar a normalidade do país.

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