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Em São Paulo, Lula se encontra com artistas e representantes da cultura

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se encontrou neste sábado, 10, com artistas e representantes da cultura em São Paulo. O encontro não teve artistas e produtores só do estado, mas também do Norte e Nordeste. É o segundo encontro de Lula com artistas este ano para debater políticas públicas culturais. Em junho, Lula se reuniu com representantes da setor cultural no Rio de Janeiro.  O ex-ministro da Educação e ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, também participou do encontro deste sábado.

Os artistas e trabalhadores da música, do audiovisual, do teatro, da dança, do movimento do hip-hop, do funk e do slam conversaram com Lula sobre a importância das políticas públicas dos governos do PT para a cultura, o audiovisual, a inclusão social nos bairros mais pobres e as ações afirmativas para a inclusão das mulheres, dos negros e dos bairros populares.

Alguns artistas falaram da luta pela sobrevivência em meio a pandemia, sendo um dos setores mais afetados pelo fechamento e da Lei Aldir Blanc, proposta por Benedita da Silva e aprovada no Congresso,  que dá apoio ao setor durante a pandemia. “A cultura não é só uma atividade econômica, ela é um direito de cidadania, onde as pessoas podem ter liberdade de se manifestar”, disse Celso Frateschi.

A atriz Ana Petta  lamentou a morte dos companheiros da cultura na pandemia, lembrando de Aldir Blanc.  “Em nome de Aldir Blanc, nosso gênio, que hoje é nome da lei que ajuda na sobrevivência dos artistas de todo o país, eu gostara de prestar a nossa homenagem aos artistas vítimas do genocídio no Brasil e pedir não um minuto de silêncio, mas uma enorme salva de palmas”.

O cantor e compositor Marcelo Jeneci também ressaltou  as dificuldades de trabalhar com cultura no país.  “Se a gente, em algum momento, consegue baixar o imposto de importação para 20% ao invés de 60%, isso muda toda a nossa cadeia de criação cultural. Pensando num futuro eu desejo muito isso, porque tantas vidas acabam desistindo porque não conseguem… Até hoje é muito difícil comprar um instrumento, até pra quem vive disso.”

Foram lembrados os artistas que participaram dos Festivais Lula Livre, os maiores deles no Rio, São Paulo e Recife, pela liberdade enquanto o presidente estava preso em Curitiba.  Rappin Hood lembrou que desde a primeira vez que conheceu Lula, ele perguntou seu nome, nunca esqueceu e desde então conversaram várias vezes. E quando Lula era presidente, o pessoal do hip-hop, do povo, se acostumou a ser bem tratado por quem estava no poder.

A diretora  de cinema Anna Muylaert, que dirigiu o filme “Que horas ela volta?”, uma crítica à desigualdade social, com Regina Casé, disse: “Você é a maior figura história dos 500 anos do Brasil pelo impacto do seu trabalho. Que sorte a nossa em ser contemporâneo seu “Muito obrigada”.

Os músicos pernambucanos Siba e Otto, anunciaram no encontro suas filiações ao Partido dos Trabalhadores (PT).  “O senhor mudou a minha vida, a vida do Nordeste, do Brasil e do mundo, com seu pensamento tão simples e grandioso. Eu quero dizer como a gente sofreu como artista, com essa prisão. Agora eu falo, eu sempre estive do lado certo.  Estávamos do lado certo, o lado certo é esse, da democracia, da inclusão, da igualdade. Esse é o lado certo”, disse Otto.

A ativista e produtora cultural Dandara Pagu disse que, depois que tudo que fizeram com Lula, ele poderia virar as costas para o Brasil, mas não o fez. “Se eu fosse você, eu estaria em uma praia deserta dizendo ‘se vire’, depois de destruírem tanta coisa que você fez…Mas o que você decidir, eu estou junto para ajudar a fazer políticas públicas que salvem vidas de outras meninas, como sua política pública salvou a minha. Muita gente diz isso, mas muito obrigada, muito obrigada por voltar, vida longa e muito axé.”

Preta Ferreira, multi artista e escritora, ativista por moradia no Movimento Sem Teto do Centro (MSTC), instituição fundada por sua mãe, Carmen Silva, parabenizou todos que não desistem da liberdade. Ela foi presa por mais de 100 dias por defender direito dos sem tetos e escreveu o livro na prisão. “Na prisão eu fiz arte. A arte salva e liberta. Queria agradecer os anos de políticas públicas. Se estou livre hoje e porque você e minha mãe me ensinaram a lutar e resistir’, disse Preta. 

A artista e jornalista baiana Maíra Azevedo, conhecida como Tia Má, valorizou as políticas públicas que combatem as desigualdades sociais e raciais.  “Eu quero dizer para meus colegas artistas, que muitas vezes se acostumaram a ver a gente (os negros) fazendo a figuração, carregar o piano, levar a sacola, na sua gestão, a gente começou a ter diretor de cinema.”

O ator Rui Ricardo Dias, que interpretou Lula no filme “Lula, filho do Brasil”, de Fábio Barreto, lembrou do momento delicado que passa o Brasil, com ameaças frequentes à democracia. “Vivemos sob ataque, isso é importante que se diga. Nós estamos vivendo na eminência de uma ruptura institucional, presidente. Os que vieram antes de mim já brigaram muito, agora temos que ver nossos filhos passando por isso? Espero que não e a gente conta muito com você, presidente, para sair desse buraco que nos enfiamos”.  Ele lembrou que quando fez o filme, vivíamos no melhor momento do nosso país. “Era um país bem visto no mundo, a população ganhando autoestima. E agora estamos num desgoverno, com um incompetente que não tem nem como gerir a casa dele, quanto mais a presidência”, afirmou. 

O ator Airton Graça também discursou no encontro. Disse que tem muito orgulho de fazer parte de um coletivo em São Paulo que recolhe assinaturas para pedir o impeachment do presidente Bolsonaro e tem mais  de 40 mil assinaturas. “Todos nós somos detentos por liberdade. Queremos estar livres para nos expressarmos com arte. Esse é nosso caminho. O tambor está pronto na batalha contigo.  A gente deu três passos para trás para ganhar folego e chegar de voadora”. 

Já o ator Herson Capri disse considerar óbvio que um governo democrático foque nas necessidades maiores, como fome, moradia, educação e a saúde, mas só os governos do PT fizeram o óbvio. “Queria pedir, com o seu novo governo, que continuemos fazendo o óbvio e além dele. Porque você veio pra ficar pra sempre. Eu acho que você tá na história, os governos do PT estão na história, nunca se lutou tanto contra a fome, contra a miséria, contra o sofrimento humano. Pra mim, isso é o mais importante.”

Eliane Dias, produtora musical, afirmou que estava esperando o momento de hoje, pois estava de luto desde 2018 . “Desde 2018 eu só choro. O que eu posso oferecer é a estratégia para as coisas chegarem onde tem que chegar. Eu não me perdoei até hoje pensando ‘onde foi que eu errei’ para o meu povo pensar diferente disso daqui. Agora meu compromisso é trabalhar para que parte da população entenda e compreenda o lado certo.”

Sidney Santiago falou que a evolução da família dele tem a ver com o projeto de governo de Lula, mas que ruiu e que agora é precisa construir um projeto que todos estejam “ombro a ombro”. “Queremos um projeto em que todes possamos caber”. 

A cantora baiana Assucena Assucena, do grupo As Bahias, disse que fez universidade pelas politicas do governo Lula. “Venho para cena artística que pode nascer a partir de direitos civis conquistados, por políticas públicas reais”. Ela lembrou que é uma mulher trans que fez universidade, mas que faz parte de uma população que luta ainda pelo emprego formal e pelo direito de ser chamado pelo nome. “Só há uma política pública até hoje conhecida no Brasil feita para esta população, que é a Transcidadania, feita por Haddad, na prefeitura de São Paulo. Venho fazer esse apelo para que nossa população seja lembrada e que a  Transcidadania não seja a única política pública para uma população que revoluciona a linguagem, o comportamento e o conceito de liberdade”. 

Veja outros depoimentos:

Mel Duarte
“Eu como artista, escritora, entendo o quanto a gente precisa dar espaço, abrir espaço, para que outras mulheres pretas continuem contando as suas histórias, continuem trazendo a sua narrativa, é muito importante que a gente tenha esse caminho aberto também, pra que a gente possa construir novos horizontes.”

Júlia Barone
“Eu acho que ela foi muito mal tratada como primeira dama. Porque ela era uma mulher forte, uma guerreira.”
“Vamos esperar o ‘Lula Filho do Brasil 2’, porque ainda tem muita história pra acontecer”.

Aila
“Futuro pra mim é diálogo com a Amazônia. Eu acho que a Amazônia ela precisa tá num nível maior de diálogo desse novo governo.”

Bruno Ramos
“Fizemos uma grande articulação do nosso coletivo chamado funk no poder, com vários intelectuais. Pessoas que foram para a graduação, fizeram mestrado e doutorado. Isso é fruto de políticas públicas que a sua gestão nos proporcionou”.
“A nossa esperança é de que um dia pudesse ser uma referência como o senhor, que disputa esse imaginário não apenas periférico, mas como nordestino, humildade, um cara trabalhador, do chão de fábrica”
“O senhor entra no poder em 2002 e foi provado para toda a sociedade que nós temos condições de ser mais, com políticas públicas, acesso à universidade, condições e estrutura. Nesses oito anos, o que o senhor fez mudou totalmente a história das periferias, onde era só chão de barro. O senhor mudou essa lógica da periferia.”
“A favela venceu porque nós estamos resistindo. Ela venceu por que nós estamos dentro da universidade. Ela venceu porque nós acreditamos que é possível um mundo melhor.”
“O nosso movimento representa 10% da população do nosso país, ou seja 20 milhões, é funkeiros pra caramba. E a gente tá numa disposição tremenda pra fazer isso acontecer.”
“A gente sabe que a bala que atinge, ela tem CEP, e esse CEP é preto, esse CEP é periférico. E a gente quer essa transformação”.
“Nós não queremos mais que pessoas nos representem. A ideia de representatividade ela falhou, poque enquanto não tiver preto e periférico no poder, tomando decisões por nós mesmos, de nós pra nós, é papo reto no afeto. Nós temos condição de nos representar. Seja no espaço Legislativo, seja no espaço Executivo, seja no Judiciário. E o senhor propôs essa possibilidade. 40 milhões saíram da pobreza, presidente, não é pouca coisa.”
“A gente quer fazer diferente. A gente tem um exército de pessoas aí, de periféricos, de artistas.”

Renata Prado:
“Hoje a gente precisa pensar em um governo que favoreçam esses jovens (negros)”
“Precisamos avançar em alguma pautas. E quando a gente fala de avanço, a gente precisa avançar com o movimento negro. Não tem mais como negar a presença do movimento negro, não em mais como fazer políticas públicas sem olhar para o movimento negro, sem partir do movimento negro. Quando a gente fala de funk, a gente fá falando de corpus negros da periferia que não aniquilados a todo tempo pela polícia”.
“Quando o senhor voltar pro poder, nós do movimento funk, queremos estar juntos. E, principalmente, as mulheres negras do funk. Porque é a gente que tá na base.”
Dinho: “Aniquilar uma pessoa é tanto privá-la da comida quanto privá-la da pessoa”.

Débora Duboc, atriz:
“os artistas, eles encontraram nesse governo genocida a perseguição e a perversidade no seu dia a dia. […] Estamos prontos, queremos enfrentar a cultura da violência, a cultura fascista que quer destruir o encanto, a beleza e a riqueza do nosso povo e do nosso pais”.

Laís Bodansky , cineasta:
“Nós estamos numa guerra, nós somos sim o seu exército. A gente tá com você, nós somos multiplicadores, o que você disser, a gente vai multiplicar o seu discurso”

2022

Em sua fala o ex-presidente Lula destacou a situação dramática que o Brasil vive e as eleições de 2022

Assista na íntegra aqui

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