O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu, nesta quinta-feira (10), dois títulos de Doutor Honoris Causa da Universidade Nacional de La Matanza e da Universidade Metropolitana da Educação e do Trabalho. A cerimônia reuniu mais de três mil pessoas no munícipio de La Matanza, na província de Buenos Aires. Agora, o ex-presidente soma 11 títulos honoris causa de universidades argentinas, e 30 títulos honoris causa em universidades em todo o mundo.
O reitor da UMET, Nicolás Trotta, afirmou que “Lula é um símbolo da integração regional para todos os latino-americanos”, e que este título é um reconhecimento. Daniel Martínez, reitor da UNLAM, completou que “nossa América Latina necessita da continuidade da luta de Lula”.
Lula agradeceu os títulos dizendo que considera os doutorados honoris causa que recebe “um reconhecimento ao povo brasileiro e à sua luta pela construção de um Brasil mais justo, mais livre, soberano e igualitário”. Ele afirmou que as duas universidades sintetizam desejos, projetos e ilusões “muito semelhantes aos que guiaram minha luta no campo sindical e meu compromisso como Presidente do Brasil”.
Sobre os dois países, ele ressaltou que “Brasil e a Argentina mudaram muito e, diferentemente de como eram nossos países há cinquenta anos, os filhos e filhas dos trabalhadores podem estudar na universidade e ter o seu diploma”. Lula ressaltou ainda que “não há saída possível” para a crise econômica se Brasil e Argentina não estiverem em sintonia, e reafirmou seu compromisso com a unidade latinoamericana.
“Lembro de quando queriam que eu brigasse com o Evo Morales [presidente da Bolívia]. Imagina! Um metalúrgico de São Paulo brigando com um índio da Bolívia. Eu não queria isso. Queria brigar com o Bush, mas ele nunca quis brigar comigo”, brincou.
Durante seu discurso, Lula foi muito aplaudido ao fazer referências a Evita Perón e Paulo Freire. “Onde existe uma necessidade, nasce um direito”, afirmou, citando a presidenta argentina. Do educador brasileiro, Lula exaltou a noção que em uma sociedade democrática, a educação não pode ser um privilégio dos mais ricos: “somos e nos tornamos melhores quando promovemos a solidariedade entre os povos. A educação deve ser sempre contra a barbárie”.