A casa cai para Jair Bolsonaro nas pesquisas de popularidade, mas o gabinete do ódio insiste em fake news cada vez mais sem pé nem cabeça. Circula pelo whatsapp um vídeo que supostamente compararia um conjunto habitacional construído no governo Lula e outro construído no desgoverno atual. Obviamente, o material falso favoreceria a atual gestão.
O caso é que a propaganda bolsonarista não para em pé, tamanhas são as contradições: em primeiro lugar os conjuntos habitacionais, localizados na cidade de Santo André (SP), foram construídos (como mostra o texto) pela CDHU – Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo, uma empresa ligada ao governo estadual paulista e não à federação. Depois, a obra foi edificada entre 2010 a 2015, no período do governo Dilma Rousseff, mas não teve nenhum aporte de verbas do governo federal.
Além disso, é mais uma mentira para proteger a falta de rumo de Jair Bolsonaro quando se trata de gerir. O atual governo também é um completo fracasso em termos de habitação. De 2019 até o início deste ano, o Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social somou mais de R$ 228 milhões em recursos. Destes, apenas R$ 6,8 milhões foram utilizados pelo governo federal sob a gestão de Jair Bolsonaro, ou seja, apenas 3% do orçamento disponível para investimentos na área.
Bolsonaro boicota moradia para pobres
O que isso significa: Em 2021, o governo federal concluiu apenas cerca de 20 mil unidades habitacionais do antigo faixa 1 do Minha Casa, Minha Vida (para famílias com renda mensal de até R$ 2 mil), um número muito abaixo da média dos governos do PT. Desde seu lançamento até o golpe de 2016, 50% das habitações do Minha Casa Minha Vida era destinada a pessoas com renda mensal de até R$ 1800.
A lentidão do bolsonarismo se revela mais trágica uma vez que o déficit habitacional (a quantidade de moradias dignas que falta) é de quase 6 milhões de moradias no Brasil, e a situação se agravou na pandemia.
O Casa Verde Amarela foi criado pelo Bolsonaro para acabar com o Minha Casa, Minha Vida. Não atende à população mais pobre, é recheado de fake news e marketing, não regulariza as casa que entrega e ainda sofre com a falta de orçamento, teve corte superior a 98% em 2021, um vexame completo.
Se isso não bastasse, o aluguel teve sua maior alta desde 1994 no ano passado. Conforme a Fundação Getúlio Vargas (FGV), a “inflação do aluguel” acumulou alta de 21,73% em 2021. Junto com a inflação de alimentos, energia, gasolina e gás de cozinha, o aumento dos aluguéis é mais um golpe no orçamento das famílias. Enquanto isso, a produtividade das mentiras bolsonaristas é bem alta.
Com o PT era diferente
Em 2009, o governo Lula lançou o programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), com dois objetivos. O primeiro, enfrentar o déficit habitacional, especialmente das famílias com menor renda. Naquele momento, 80% do déficit habitacional se concentrava nas famílias que ganhavam até R$ 1.800. O segundo, gerar emprego e crescimento econômico por meio da construção civil.
O programa trouxe resultados sociais extremamente positivos. Em primeiro lugar, beneficiou os mais pobres com moradia, apoiando especialmente as mulheres, proprietárias preferenciais dos imóveis. O Minha Casa Minha Vida contratou a construção de 4,2 milhões de moradias em 96% dos municípios, das quais 2,7 milhões foram entregues, beneficiando 10 milhões de pessoas.
Além disso, metade das unidades do programa atendeu famílias com renda até R$ 1.800. Destas, 46% dos beneficiados recebiam Bolsa Família, 67% eram negros, mais da metade não tinha o ensino fundamental completo e 70% tinha renda familiar de até R$ 800,00.
O MCMV movimentou um volume de investimentos em habitação sem precedentes na história do país. A urbanização de favelas saiu de 100 projetos antes de 2003 para 4.528 projetos contratados pelo PAC em todo país. Investimentos da ordem de R$ 33,5 bilhões, entre 2007 e 2015, atenderam as regiões metropolitanas. As obras melhoraram as condições de vida de cerca de 7 milhões de pessoas.
Com Lula e Dilma, o Minha Casa Minha Vida alavancou investimentos da ordem de cerca de R$ 300 bilhões, impactando significativamente a economia. O programa gerou renda, aumentou a produção de material de construção e serviços, e gerou novos empregos diretos e indiretos.
Após os cinco primeiros anos de operação do MCMV, foram criados 1,7 milhão de empregos, 1,2 milhão diretos e 500 mil indiretos; e retornaram aos cofres públicos, na forma de tributos, 49% do total dos subsídios desembolsados, segundo a Fundação Getúlio Vargas o número de empresas de construção imobiliária cresceu 48% e o seu faturamento aumentou 54%, segundo o IBGE.