Estudantes poloneses visitam o Instituto Lula e ouvem de Lula os desafios atuais do Brasil

Compartilhar:

30 estudantes e professores da Universidade de Lodz, na Polônia, visitaram nesta quarta-feira (5) o Instituto Lula. Eles estão no Brasil para um intercâmbio de duas semanas com a FMU (Faculdades Metropolitanas Unidas) e vieram conhecer o instituto e as experiências dos governos democráticos e populares no país.

Os poloneses foram recepcionados pelo presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, e pela diretora, Clara Ant. Okamotto apresentou o instituto e lembrou que este espaço, ainda enquanto Instituto Cidadania, gerou muitos programas que depois foram colocados em prática durante os governos Lula e Dilma.

Clara contou que é filha de poloneses que saíram do país por conta do nazismo. Ela lembrou ainda que a Polônia e o Brasil viveram ao mesmo tempo a luta pela liberdade sindical, sendo que a Polônia lutava contra o comunismo e o Brasil contra uma ditadura militar.

Os estudantes, em sua maioria do curso de economia, se mostraram interessados em entender as transformações ocorridas nesta área, na última década. Clara explicou a mudança de concepção que houve no governo Lula, quando deixou de se pensar a economia como um bolo que precisava crescer para depois ser distribuído e passou-se a pensar que é a própria distribuição que faz o bolo crescer.

Um dos estudantes perguntou se havia uma concepção de que o modelo de desenvolvimento brasileiro, baseado em grandes centros urbanos, deveria se descentralizar. Clara explicou que a descentralização e a diminuição de desigualdades sociais e regionais ocorrida nos últimos anos no Brasil foram fruto das políticas sociais e de valorização do salário mínimo, que criaram uma nova dinâmica econômica.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva cumprimentou os presentes e falou da vontade que tinha de conhecer a Polônia, o que aconteceu apenas no ano de 2011. Perguntado sobre qual o desafio atual do Brasil, Lula afirmou: “Consolidar a sua posição enquanto um país global. Somos a 6ª economia do mundo, podemos ser a 5ª nos próximos anos”. Ele lembrou que quanto maior é o país, maiores são os desafios no cenário mundial e destacou a questão do Conselho de Segurança da ONU. “Não querem mudança no Conselho de Segurança da ONU. O conselho não representa hoje a nova geografia global”.

Lula falou ainda dos desafios internos do país, que, segundo ele “subiu oito degraus de uma escada de 16. E agora, cada degrau é mais cansativo e trabalhoso”.

“Nos sentimos muito honrados de estar aqui com uma pessoa tão importante e também de conhecer mais sobre a história do Brasil”, relatou Klaudia, estudante de psicologia, na saída do encontro.