Na noite de terça-feira, 07/08, aconteceu pela primeira vez em São Paulo o projeto “Precisamos Falar sobre o Fascismo”. O teatro Tucarena, da PUC, foi palco do debate “Elaboração coletiva sobre a Mentira” entre o público e os convidados, onde foi citado que a mentira e as Fake News não são uma novidade, mas sim uma maneira pela qual as classes dominantes mantêm o poder. “A mentira não é uma coisa só nacional. Há fatores externos muito interessados em manter a mentira e muito fortes. Nós estamos submetidos a uma hegemonia cultural externa”, afirmou Celso Amorim, ex-ministro da Defesa e Relações Exteriores.
Celso Amorim mencionou o fascismo como uma ideologia, um projeto de poder e falou sobre o problema racial no país: “Eu não tenho a menor dúvida que o problema racial é o mais sério do Brasil. Aqueles que dizem que o problema é social estão mentindo. Não é o único, evidentemente, mas é o mais importante e eu acho que a elite brasileira não dá importância a isso”.
A psicanalista Maria Rita Kehl falou um pouco sobre a luta de classes entre as instituições e mencionou o governo Lula. “O Brasil foi o último país livre a abolir a escravidão. Só nos governos Lula que os afrodescendentes começaram a ter direitos e facilidades maiores para entrar nas universidades”.
Entre os convidados, estavam Celso Amorim (embaixador e ex-ministro da Defesa e Relações Exteriores-Lula), Tales Ab’Sáber (professor de Filosofia – Unifesp, psicanalista e cineasta), Maria Rita Kehl (psicanalista e escritora), Debora Abramant (fundadora do projeto, filósofa e psicanalista-RJ), Rogério da Costa (professor de Comunicação e Semiótica PUC-SP), Rosângela Martins (advogada), Rosane Borges (professora Centro de Estudos Latino-Americanos sobre Cultura e Comunicação da USP, integrante da comissão de jornalistas pela Igualdade Racial).
O projeto surgiu no início de 2017 após um grupo de psicanalistas cariocas e paulistas notarem a necessidade de combater a intolerância e o fascismo. Informações sobre o projeto e imagens podem ser encontradas nas redes sociais.