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Fake news desvendada: Amelinha Teles NÃO ‘matou e esquartejou militares’

Circula pelas redes sociais a imagem da escritora Maria Amélia de Almeida Teles acompanhada de um texto sobre os atos que ela teria praticado durante a ditadura militar.

Isso é mentira! Isso é fake news!

“Amelinha”, como é conhecida, foi na verdade vítima da ditadura militar, tendo sido presa junto com seu marido e outro militante de oposição à ditadura militar em dezembro de 1972, em São Paulo (SP). Seus filhos Edson e Janaína, com 4 e 5 anos de idade, também foram sequestrados e levados à sede do DOI-Codi.

A prisão se deu porque Maria Amélia e os outros militantes seriam os responsáveis por gerir uma gráfica do PCdoB. Não há menção ou qualquer documento público que sustente algum assassinato cometido por ela.

Em 2013, Maria Amélia prestou depoimento à Comissão Nacional da Verdade, onde afirmou ter sido vítima de variadas torturas, que envolveram choques elétricos e violências sexuais. Os crimes tiveram a participação de Ustra, coronel responsável pelo comando do antigo Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi) de São Paulo entre 1970 e 1974. Ustra morreu em 2015.

Em dezembro de 2014 o Superior Tribunal de Justiça (STJ) considerou Ustra responsável pelas torturas sofridas por Maria Amélia, seu marido, César Augusto Teles, seus dois filhos, Edson Luiz e Janaína, e sua irmã, Criméia Alice Schmidt de Almeida dentro do DOI-Codi. Ustra foi reconhecido como torturador na primeira instância em 2008, pelo juiz Gustavo Santini Teodoro, da 23ª Vara Cível de São Paulo. A decisão foi confirmada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo em 2012. Não há, nessas decisões judiciais, qualquer menção a assassinatos cometidos por Maria Amélia.

Ustra é o torturador que Bolsonaro defende
Durante a votação do impeachment ex-presidente Dilma Rousseff, em 2016, Jair Bolsonaro fez uma exaltação ao torturador Ustra.

Em entrevista ao SBT, em 20/10, Bolsonaro voltou a defender o coronel Ustra, afirmando que “prestou um grande serviço ao Brasil”. Ele tentou ainda relativizar a tortura, dizendo que “a esquerda se vitimiza, busca compaixão, voto e poder”.

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