Fake news pelo WhatsApp na eleição do Brasil é fenômeno sem precedentes no mundo, diz OEA

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O uso do WhatsApp para disseminação de notícias falsas no Brasil é um “fenômeno sem precedentes” no mundo. A afirmação é de Laura Chinchilla, chefe da missão da Organização dos Estados Americanos (OEA) que está no Brasil para observação das eleições.

“O fenômeno que estamos vendo no Brasil não tem precedentes”, afirmou Laura à imprensa nesta quinta-feira (25/10) em São Paulo. “É a primeira vez em uma democracia que estamos observando o uso de WhatsApp para difundir continuamente notícias falsas”.

A afirmação da chefe da missão da OEA foi dada após reunião realizada nesta quinta-feira em um hotel na zona sul da capital paulista entre representantes da missão da OEA e o candidato do PT a presidente, Fernando Haddad, sua vice, Manuela D’Ávila (PCdoB), a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann, e o ex-ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim.

Na segunda-feira (22/10), representantes do PT haviam entregado à missão da OEA denúncias relativas à violência e às notícias falsas que têm marcado as eleições de 2018 no Brasil.

Na coletiva de hoje, Laura afirmou à imprensa a necessidade de se adotar um tom construtivo no debate: “Esse processo eleitoral foi impactado por alguns fenômenos ligados ao clima político, entre eles um discurso que tende a incentivar, digamos, a violência política”.

A chefe da missão da OEA, que pretende se encontrar também com autoridades brasileiras e com integrantes da campanha de Jair Bolsonaro, afirmou que a organização irá “sublinhar a importância de que o voto no segundo turno seja racional, informado e não um voto movido por muitos dos sentimentos das notícias falsas”.