Falso moralismo de Bolsonaro esconde corrupção

Compartilhar:

O comportamento ilegal de vários integrantes do quadro de “notáveis” de Jair Bolsonaro, dele próprio e de seus  familiares expõe a forma como se escondem atrás de uma falsa moral e de um discurso ético e patriota. Mas, por trás desse “manto de honestidade” que Bolsonaro e seus discípulos usam para tentar encobrir casos de corrupção, desvios de recursos públicos e até mesmo tortura, as contradições ressaltam e transparecem a falta de ética de suas ações.

A trajetória de Bolsonaro é marcada por ilegalidades e corrupção. Jair Bolsonaro usou verba da Câmara dos Deputados durante 15 anos para empregar uma mulher que trabalha vendendo açaí em Angra dos Reis (RJ). Ele manteve a funcionária fantasma Walderice Santos da Conceição desde 2013 e só a demitiu quando foi denunciado por uma matéria da Folha de S.Paulo

Jair Bolsonaro recebeu auxílio moradia de 1995 até março de 2018, mesmo tendo imóvel próprio em Brasília. Confrontado sobre o porquê, ele afirmou que, como era solteiro, usou o imóvel para “comer gente”.

A família Bolsonaro teve um aumento patrimonial incompatível com os cargos que ocupam na Câmara dos Deputados, em Brasília. Eduardo Bolsonaro aumentou seus bens em 432%, desde 2014 e Jair Bolsonaro ampliou seus bens em 168% desde 2006.

Confira alguns exemplos de como a corrupção está entre seus assessores:

Indicado para ser eventual chefe da Casa Civil, recebeu dinheiro de caixa 2
Onyx Lorenzoni, em um eventual governo Bolsonaro, seria chefe da Casa Civil, uma das mais importantes pastas, que trabalha diretamente no dia a dia com o presidente. Pois bem, o próprio Onyx admitiu ter recebido R$ 100 mil de caixa 2 para sua campanha a deputado federal em 2014. Em entrevista à Rádio Gaúcha, em maio de 2017, o parlamentar afirmou que aceitou o dinheiro para fechar suas contas sem dívidas. Uma das contradições é que Onyx foi relator do projeto de lei das 10 Medidas contra Corrupção e um dos pontos da proposta pedia a criminalização de caixa 2.

Guru da economia é investigado por gestão fraudulenta e temerária
O economista Paulo Guedes, que já foi anunciado pelo presidenciável como seu eventual ministro da Fazenda, é investigado pelo Ministério Público Federal por suspeita de cometer crimes de gestão fraudulenta e temerária à frente de fundos de investimentos (FIPs) que receberam R$ 1 bilhão, entre 2009 e 2013, de fundos de pensão ligados a empresas públicas. Também está sendo apurada a emissão e negociação de títulos imobiliários sem lastros ou garantias. A apuração foi instaurada pela força-tarefa da Operação Greenfield no início de outubro/2018. Ao se tornar ministro ganhará fórum privilegiado.

Eventual ministro indiciado por formação de quadrilha e lavagem de dinheiro
Outro eventual ministro de Bolsonaro é o senador Magno Malta, que não conseguiu sua reeleição no Espírito Santo e apresenta uma extensa lista de investigações. Ele foi indiciado por formação de quadrilha, corrupção passiva e lavagem de dinheiro pela Polícia Federal por suspeita de participação na Máfia dos Sanguessugas em 2007. Também foi acusado de gravíssimos abusos na CPI da Pedofilia, incluindo tortura de um depoente. E, mais recentemente, levantamento apontou que ele gastou R$ 472 mil em combustível em dois postos de gasolina com dinheiro do Senado. O valor seria suficiente para atravessar o estado do Espírito Santo em linha reta 2.823 vezes.

Irmão de Bolsonaro foi funcionário fantasma por três anos
Renato Bolsonaro, irmão do presidenciável, ocupou por três anos cargo na Assembleia Legislativa de São Paulo com salário de R$ 17 mil mensais, mas não aparecia para trabalhar. Em vez de comparecer para o expediente legislativo, ele trabalhava em suas quatro lojas de móveis. Só foi exonerado quando reportagem do SBT, em 2016, o denunciou.

Presidenciável empregou ex-mulher e parentes dela no Legislativo
Jair Bolsonaro e seus filhos empregaram, nos últimos 20 anos, uma ex-mulher do presidenciável e dois parentes dela em cargos públicos em seus gabinetes. Ana Cristina Valle, ex de Bolsonaro e mãe de Jair Renan, o quarto filho do presidenciável; a irmã dela, Andrea; e o pai das duas, José Cândido Procópio, ocuparam as vagas a partir de 1998. A denúncia foi feita pelo jornal O Globo em dezembro de 2017.