Reportagem de hoje (23/10) do jornal Folha de S.Paulo destaca que “o grupo de empresários mais próximos do candidato à presidência da República Jair Bolsonaro (PSL) fez doações a outros candidatos, mas não contribuiu oficialmente com a campanha do militar”.
O jornal apurou especificamente os casos dos empresários Luciano Hang (Havan), Mário Gazin (Gazin), Sebastião Bomfim Filho (Centauro), Meyer Nigri (Tecnisa) e Pedro Zonta (Supermercados Condor), chegando à conclusão que dá título à matéria: “Empresários pró-Bolsonaro só registram doação a outros candidatos”.
A reportagem ressalta que o candidato “não foi beneficiado por empresariado próximo” e que o TSE apura doações ilegais por parte dos empresários a Bolsonaro.
O texto lembra que “dois membros do núcleo empresarial do militar, Luciano Hang, da loja de departamento Havan, e Mário Gazin, das lojas Gazin, chegaram a fazer um vídeo em que o segundo pede vitória de Bolsonaro no primeiro turno para ‘não gastar mais dinheiro’. Depois, Gazin disse que, ao falar de dinheiro, se referia aos gastos do país com a eleição” (confira abaixo).
De acordo com a Folha, “nem Gazin nem Hang constam como doadores na prestação de contas do militar, de acordo com o site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE)”.
Isso não quer dizer que os empresários não tenham feito doações oficiais a outras candidaturas. A Folha registra que “Gazin, integrantes de sua família e empresa doaram cerca de R$ 300 mil reais ao DEM de Mato Grosso e outros candidatos”.
Já no caso de Luciano Hang, ele “contribuiu com R$ 160 mil a cinco candidatos – novamente, nenhum deles é Bolsonaro. A maior doação feita por Hang foi de R$ 100 mil a Ratinho Jr. (PSD), eleito governador do Paraná”.
Leia abaixo a matéria completa:
Artur Rodrigues
O grupo de empresários mais próximos do candidato à presidência da República Jair Bolsonaro (PSL) fez doações a outros candidatos, mas não contribuiu oficialmente com a campanha do militar.
A campanha de Bolsonaro é investigada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) por doações não declaradas de empresários por meio de serviços de disparo de mensagens via WhatsApp —apuração aberta após reportagem da Folha.
Até o momento, o candidato do PSL declarou apenas R$ 1,7 milhão em despesas, menos do que os principais concorrentes. Para se ter uma ideia, Guilherme Boulos (PSOL) gastou R$ 5 milhões.
Dois membros do núcleo empresarial do militar, Luciano Hang, da loja de departamento Havan, e Mário Gazin, das lojas Gazin, chegaram a fazer um vídeo em que o segundo pede vitória de Bolsonaro no primeiro turno para “não gastar mais dinheiro”. Depois, Gazin disse que, ao falar de dinheiro, se referia aos gastos do país com a eleição.
Nem Gazin nem Hang constam como doadores na prestação de contas do militar, de acordo com o site do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) nesta segunda (22).
No entanto, Gazin, integrantes de sua família e empresa doaram cerca de R$ 300 mil reais ao DEM de Mato Grosso e outros candidatos.
Luciano Hang contribuiu com R$ 160 mil a cinco candidatos – novamente, nenhum deles é Bolsonaro. A maior doação feita por Hang foi de R$ 100 mil a Ratinho Jr. (PSD), eleito governador do Paraná.
Conforme a Folha revelou, Hang é um dos empresários que bancaram pacotes de disparos de mensagens via WhatsApp contrárias ao PT – ele nega. A prática é ilegal porque empresas estão proibidas de doar para campanhas eleitorais e porque os valores não foram declarados.
Além de Hang e Gazin, outros empresários do seleto grupo empresarial ligado à campanha do militar também ignoraram ou registraram doações ínfimas a Bolsonaro, embora tenham contribuído com outros políticos.
É o caso de Sebastião Bomfim Filho, presidente da Centauro, célebre apoiador do militar que não gastou nenhum centavo oficialmente com a campanha dele. Porém, ele doou R$ 348 mil a outros 13 candidatos.
A maior doação de Bomfim foi ao candidato ao governo paulista do PSDB, João Doria, um total de R$ 150 mil. Ele também fez doações a duas candidatas a deputadas federais do partido de Bolsonaro, Joice Hasselmann e Carla Zambelli, ambas eleitas.
Outro empresário entre os mais próximos do capitão é Meyer Nigri, da construtora Tecnisa. Ele doou R$ 179 mil para vários candidatos e partidos.
Os maiores valores foram para os tucanos José Aníbal, candidato a deputado federal, e Ricardo Ferraço, que disputou uma vaga de senador — ambos receberam R$ 30 mil e não se elegeram. Para Bolsonaro, porém, Nigri doou apenas R$ 4.000 por meio de vaquinha virtual.
Entre os empresários próximos, Pedro Zonta, da rede de supermercados Condor, doou R$ 4.000 por financiamento coletivo — Folha localizou ao menos mais R$ 12 mil de pessoas da mesma família.
Zonta doou bem mais, R$ 51 mil, ao Delegado Francischini (PSL), eleito deputado estadual no Paraná. A Folha não localizou o empresário nesta segunda, mas no início do mês ele afirmou que a doação era aberta e registrada.
A assessoria de Mário Gazin afirmou que ele estava viajando e não conseguiria localizá-lo. A assessoria da Havan, de Luciano Hang, não respondeu. Bomfim, da Centauro, afirmou que não comentaria o assunto.
A reportagem procurou Meyer Nigri por meio da Tecnisa, que declinou de responder.
A campanha de Bolsonaro vem negando irregularidades nas contas da campanha”.
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