Prossegue nesta sexta-feira, 29, em Fortaleza, o” II Brasil –
África Fórum”. Uma iniciativa do Instituto Brasil – África, com o apoio do
Instituto Lula, o encontro foi aberto ontem pelo subsecretário para Oriente
Médio e África do Ministério das Relações Exteriores, Paulo Cordeiro.
O fórum teve três mesas de trabalho em seu primeiro dia. A primeira teve como
tema “O Desenvolvimento da África e a Urgência dos Projetos de
Infraestrutura” e reuniu o ex-ministro-chefe da Secretaria de
Assuntos Estratégicos do Brasil, Samuel Pinheiro Guimarães Neto, o
diretor do escritório do BNDES na África, Paulo Roberto de Oliveira Araújo e o
diretor de Integração Regional do Banco Africano de Desenvolvimento, Mamady
Souare.
A segunda mesa teve como tema “Planejamento Estratégico e Projetos de
Integração Regional” e a terceira discutiu sobre “Um Novo Mercado
Continental em Formação”.
Abriu os trabalhos desta terceira sessão o professor egípcio Mosad
Elmissiry, diretor do Programa de energia e Infraestrutura do Nepad, a agência
de desenvolvimento da União Africana. Ele fez uma apresentação do
“Programa de Desenvolvimento de Infraestruturas na África”, o Pida,
apresentado em 2012 pela União Africana com o objetivo de integrar e
desenvolver o continente. Elmissiry fez um convite aos executivos e empresários
brasileiros presentes para que apresentem projetos para as obras do Pida,
sobretudo na área de energia, fundamental para o desenvolvimento do continente.
Também participaram desta mesa João Luiz Telles, diretor da Fiocruz na África,
e Celso Marcondes, diretor do Instituto Lula. Telles destacou em sua
apresentação a necessidade da realização das obras de infraestrutura no
continente para que aconteçam também melhoras efetivas na saúde dos povos
africanos. Lembrou que sem energia é impossível manter muitos medicamentos em
bom estado de conservação e que sem estradas muitas comunidades ficam isoladas
e sem acesso à tratamento decente.
Marcondes, destacou em sua apresentação a necessidade de o Brasil
identificar seus diferenciais em relação aos demais países ricos e emergentes
que atuam na África. Afirmou que o grande desafio para o continente é enfrentar
a situação de insegurança alimentar que ainda atinge cerca de 250 milhões de
africanos e que as principais colaborações que o Brasil pode dar neste terreno
são sua experiência na produção de alimentos e na elaboração de programas de
transferência de renda e políticas públicas de inclusão social.
Ao final do primeiro dia de trabalhos, foi decidido apresentar o que se chamou
de “Carta de Fortaleza”, com o objetivo de ressaltar aos brasileiros
a necessidade de intensificar e aprofundar seus contatos com a África.
Também será assinada entre o Nepad, o Instituto África – Brasil e o Instituto
Lula um “Memorando de Intenções”, que definirá passos para o
estreitamento dos laços entre os assinantes.
Assistem ao encontro cerca de 120 pessoas, entre autoridades, acadêmicos,
executivos, embaixadores africanos no Brasil e representantes de vários países
da África.
O fórum se encerra hoje e pode ser acompanho pelo site do Instituto
Brasil – África: www.institutobrasilafrica.org
Links de Referência:
Site oficial do Pida (em inglês e francês)
http://www.au-pida.org/