O candidato à presidência Fernando Haddad aproveitou a oportunidade de falar ao povo de Porto Alegre (RS), pela entrevista à rádio Guaíba, para deixar claras as diferenças entre o seu projeto e o de seu adversário no segundo turno.
“Temos um projeto diferente do de Bolsonaro por várias razões: porque entendo que cortar direitos não irá retomar a economia, a reforma trabalhista foi um erro, o congelamento dos investimentos do Estado foi outro erro. Pretendemos rever as medidas que o governo Temer tomou, justamente com o apoio do meu adversário, para que nós possamos retomar e aquecer a economia brasileira, gerando empregos e oportunidades”, explicou Haddad nesta terça-feira (9/10).
Haddad explicou que sua única estratégia para vencer seu adversário é mostrar que o deputado Bolsonaro, há 28 anos na Câmara, aprovou projetos que acabaram comprometendo a economia brasileira e gerando desemprego.
O candidato do PT também enfatizou que o seu projeto de governo é um Estado de bem-estar social que provê o cidadão com seus direitos à educação, à saúde e à segurança pública.
Para Haddad, a segurança é um direito social. Por isso a proposta é de que o governo federal assuma, com a Polícia Federal, algumas atribuições que hoje estão com os governos estaduais. Além disso, não cabe à população cuidar da sua própria segurança, armando-se, mas ao Estado prover segurança para as pessoas.
O candidato da coligação O Povo Feliz de Novo disse ainda que o Ministério da Fazenda de seu eventual governo será comandado por um nome “ligado à produção”, e não um banqueiro, e garantiu que escolherá para o cargo um perfil “completamente diferente” do economista Paulo Guedes, principal assessor econômico de seu adversário.
Outras propostas, como o aumento do salário mínimo acima da inflação, a retomada de obras públicas paradas, a reforma no Imposto de Renda e a reforma bancária, foram pontos abordados por Haddad durante a entrevista.
Fake news
Perguntado sobre a proposta de Haddad para os candidatos assinarem um protocolo contra as mentiras na internet (fake news), rejeitada por Bolsonaro, Haddad explicou que entendeu a recusa como um atestado de desonestidade.
“Se ele estivesse interessado em afastar as mentiras da internet, ele teria aceitado a proposta. Mas, como vêm dele as mentiras, ele não vai assinar protocolo de ética algum”. Ainda, segundo Haddad, Bolsonaro vai continuar difamando e injuriando, porque ele só cresce na mentira.
Ao final, Haddad disse esperar que seu adversário compareça aos debates. “O segundo turno é para debater os projetos escolhidos pela população no primeiro. É o futuro do Brasil que está em jogo, e nós temos uma oportunidade de ouro para debater as propostas. Eu estou aqui para defender o meu país do que pode acontecer. E armado só com argumento”, afirmou.
Assista a entrevista na íntegra.
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