Fernando Haddad, porta-voz do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e candidato a vice em sua chapa, participou nesta segunda-feira (13) da sabatina do Portal Catraca Livre, em parceria com a Casa do Baixo Augusta, e reafirmou que o candidato do Partido dos Trabalhadores à presidência da República é Luiz Inácio Lula da Silva. O coordenador do Plano Lula de Governo garantiu que o ex-presidente terá sua candidatura registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília, no próximo dia 15.
Segundo Haddad, a legislação brasileira garante a Lula o direito de concorrer às eleições em outubro. “Nós não vamos abrir mão do Lula, porque o eleitorado não abre mão dele. São eles que estão cometendo arbitrariedade contra o Lula. Se garantida a sua candidatura, ele será eleito, talvez, no primeiro turno. Nós estamos falando de um dos maiores líderes mundiais, que está vivo e disposto a ajudar o país a sair da crise”.
Durante a entrevista, Haddad destacou que uma das propostas do PT para diminuir a violência é realizar uma reforma institucional da polícia, federalizando o combate ao crime organizado, com vistas a liberar as polícias para cuidar da segurança do cidadão. “Nossa intenção é federalizar o crime organizado. Nós pretendemos chamar a responsabilidade federal para combater o crime organizado e liberar as polícias militar e civil para cuidar da segurança dos cidadãos”, disse o candidato a vice.
Haddad também criticou o encarceramento em massa que ocorre no Brasil: “hoje existem no Brasil cerca de 200 mil pessoas encarceradas por tráfico. Se você somar tudo o que foi apreendido com essas pessoas, dá um carregamento inexpressivo. Não é assim que nós vamos fazer. A gente tem que focar na vida, cuidar das pessoas. Nós estamos prendendo mães e deixando as nossas crianças sozinhas em casa. Estamos prendendo aviãozinho. Precisamos prender estupradores e homicidas, entre outros”.
Haddad lembrou que no final de 2014, último ano em que a presidenta Dilma Rousseff conseguiu governar, o Brasil alcançou a menor taxa de desemprego de sua história, de 4,9%. “Foi o período de maior prosperidade. O menor nível de desemprego e nós demos um aumento do salário mínimo de 70% da inflação porque o país tinha condição. Vivemos nosso melhor período”.
Na sabatina, Haddad também criticou as consequências da Emenda Constitucional 95, que cria o teto de gastos. “É uma tolice que só o Brasil aprovou. Estamos desconstruindo as políticas públicas. Já imaginou congelar o país por 20 anos? É possível compatibilizar retomada de investimento público com responsabilidade fiscal. Mas esse teto de gastos é inexequível. Nem a Grécia em seu período de crise fez isso”.
Para Haddad, as arbitrariedades cometidas pelo poder judiciário, com o objetivo de impedir que Lula concorra à eleição, estão cada vez mais evidentes. Ele disse que leu toda a denúncia, defesa e sentença do processo e, como advogado, não encontrou nenhum fundamento para a prisão. “Se alguém tinha alguma dúvida sobre essas irregularidades, ontem a entrevista do diretor da Polícia Federal [Rogério Galloro] ao Estado de S. Paulo não deixa a menor dúvida quanto à insegurança jurídica que o Brasil vive hoje”, disse o ex-ministro da educação de Lula.
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