Fernando Haddad, candidato a vice-presidente na chapa de Luiz Inácio Lula da Silva e seu porta-voz, esteve nesta segunda-feira (20/8) no Seminário Nacional “Compromissos com o povo brasileiro para a Soberania Energética”, promovido pela Plataforma Operária e Camponesa de Energia, onde reafirmou o compromisso do ex-presidente Lula com a retomada do desenvolvimento econômico e social no Brasil. Haddad denunciou a perseguição jurídica e política que Lula vem sofrendo e falou sobre a imensa força do ex-presidente e do projeto que ele representa.
Haddad enumerou as arbitrariedades que envolvem a perseguição a Lula: não permitir que ele tomasse posse como ministro da Casa Civil durante o governo Dilma; conduzi-lo coercitivamente para dar depoimento sem que ele tivesse oposto resistência prévia; ser preso sem prova alguma, em segunda instância, em uma evidente afronta à Constituição e a mobilização imediata do Ministério Público Federal para impedir sua candidatura, protocolada dia 15/08. Todas essas ações deixam explícito um desejo de impedir Lula de voltar a ser presidente do Brasil.
“Eles estão nervosos. Hoje saiu mais uma pesquisa (CNT/MDA) e o homem cresceu cinco pontos mesmo preso político. Faltam 2% pra gente ganhar no primeiro turno. E eles ainda não conseguiram fazer decolar um candidato. Eles estão contra uma ideia de Brasil. O país sempre foi visto como um quintal deles. Aí, chega um cara de pau de arara, com até a quarta série e começa a construir com o povo uma visão de futuro. O cara que mais investiu na educação chama Lula”, disse o ex-ministro
Haddad falou sobre o crescente apoio mundial à liberdade de Lula e a seu direito de ser candidato nas eleições. Grandes líderes e instituições internacionais clamam por democracia no Brasil, exigindo que Lula possa concorrer. Nesse contexto, o porta-voz de Lula citou a importância do apoio do Papa Francisco e da determinação da ONU para que Lula possa fazer campanha como candidato à Presidência da República. “Quando eu era criança e a gente tinha uma causa impossível, o pessoal falava ‘reclama com o Papa, reclama com a ONU’. Nós reclamamos com os dois e os dois atenderam à reclamação, mas o governo brasileiro continua fazendo ouvidos moucos ao que vem de fora”.
Para Haddad, fica evidente o medo de deixar que o povo decida quem vai ganhar as eleições. “Na era Lula, o brasileiro viveu a experiência do desenvolvimento na prática. Só queremos o Brasil de volta”, afirmou. “O outro lado não tem candidato. Eles não têm projeto. O projeto deles é a continuidade do governo Temer”. Haddad reforçou que quem elaborou o plano do atual governo Temer e, em grande parte o executou, foi o PSDB.
Sobre a soberania nacional, o candidato a vice falou que o Brasil sempre foi visto pelos Estados Unidos e pela Europa como um “quintal”. E acrescentou: “mas como aqui tem um povo talentoso e riqueza natural, eles têm que cuidar para a gente não virar gente grande”. Haddad lembrou que esteve com representantes da Plataforma para a construção do Plano Lula de Governo para o setor, que aponta para um modelo energético que terá como diretrizes o controle público, a participação social, tarifas justas e o investimento para expandir a geração com energias renováveis. Ele falou ainda sobre o investimento do governo Lula em pesquisa e prospecção na Petrobras e garantiu que a descoberta do Pré-Sal não foi sorte, mas fruto de trabalho árduo e sério.