Em entrevista coletiva nesta segunda-feira (8/10), em Curitiba, Fernando Haddad afirmou que é muito importante que as forças democráticas progressistas do país estejam unidas em torno de um projeto de restauração do desenvolvimento com inclusão social no país. E, com a força que esse projeto merece, disputar voto a voto o eleitorado neste segundo turno.
Haddad afirmou que foi um feito, em apenas 22 dias de campanha, chegar ao segundo turno com 30% dos votos válidos, concorrendo com políticos tradicionais, como Ciro Gomes, Marina Silva, Geraldo Alckmin. Ele credita o êxito à força do projeto que representa. “Partidos tradicionais definharam nesse processo. E nós estamos no segundo turno. Eu sugiro que isso seja devidamente registrado na história” Ele falou ainda sobre a importância de retomar um projeto de desenvolvimento com inclusão, e lembrou: “e 30 milhões de pessoas nos acompanham nesse diagnóstico de restaurar esse projeto”.
O candidato de Lula afirmou estar animado com o segundo turno, quando terá oportunidade de debater as propostas que cada um dos candidatos defende. “Importante confrontar esse dois projetos”, disse, destacando temas como a importância do Brasil no cenário internacional, na América Latina e nos Brics. “O que acontecer aqui vai ter significado internacional”, afirmou Haddad.
Haddad falou sobre a centralidade do debate sobre as questões econômicas, sobre as quais os dois candidatos têm pontos de vistas opostos. “Esse é um núcleo importante da nossa divergência”, afirmou candidato. Enquanto o PT defende crescimento econômico com inclusão social, o projeto de Bolsonaro corresponde ao “ retorno do neoliberalismo agrava a crise, seguir um modelo que não deu certo na Argentina, que não fortalece o poder de compra do trabalhador, não vai aquecer a economia”.
Haddad também falou sobre Segurança Pública. “O nosso modelo é o de empoderar a Polícia Federal, que será uma espécie de agente coordenador de todas as policias no Brasil. Entendemos que segurança pública é um serviço público e armar a população é desobrigar o Estado de proteger o cidadão . No fundo, é uma escapatória pra deixar de prestar um serviço essencial previsto na Constituição . O Estado tem que prover segurança pública, se não estava acontecendo , vamos inovar do ponto institucional. Por isso nossa proposta é a Policia Federal como coordenação da Segurança pública. Enquanto armar a população vai acarretar mais mortes e lucros pra quem produz armas. Quem pode prover segurança é a Polícia Federal com inteligência necessária para coordenaras as ações.Ele afirmou que pretende continuar a fazer uma campanha propositiva como fez no primeiro turno.
Haddad lamentou a fábrica de fake news promovida por Jair Bolsonaro, com disseminação de mentiras que ofenderam a sua honra, a de sua família e a de sua vice, Manuela d’Ávila. “Estou aberto para discutir qualquer tema, afeitos a valores, mas que fossem discutidos publicamente. Desde que me sejam feitas olho no olho, não com a enxurrada de mentiras via whatsaap.”, disse. Ele falou sobre as 35 notícias falsas a seu respeito que o TSE mandou retirar de circulação, um dia antes das eleições – graças às denúncias recebidas pelo nosso canal de whatsapp. Haddad afirmou que seria importante estabelecer com seu adversário um protocolo de ética em relação a esse tipo de abordagem. “Uma carta de compromisso contra calunia e difamação”, disse.
Nesse sentido, ele afirmou que vai conversar com Ciro Gomes (PDT) , Guilherme Boulos (PSOL) e Carlos Siqueira, presidente do PSB. “Falei ontem com Ciro, mas foi telefonema de cortesia, do respeito mútuo que temos, em função da longa amizade que mantemos desde o primeiro governo Lula. Mas vou conversar institucionalmente e, se ele se dispuser, vamos tratar desses assuntos, como tratamos com o PCdoB. Tivemos e temos muita tranquilidade para ajustar parâmetros para que esse projeto seja o mais representativo dessa ampla aliança democrático, em que que pretendemos resgatar perspectivas de reafirmação dos direitos e valores democráticos, que é o cerne do nosso projeto”, disse.
Para Haddad, é assim que se faz democracia, na base do diálogo, buscando convergência e consenso.
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