Dias de luta e resistência marcaram a jornada dos que acreditam no Brasil e insistem obstinadamente em lutar por democracia. A confirmação de Fernando Haddad no segundo turno das eleições 2018 é a confirmação também do poder do diálogo, do respeito, e de que a esperança há de, mais uma vez, vencer o ódio e ajudar a construir um novo país.
Os mais de 30 milhões de votos recebidos neste domingo (7) representam a memória viva de tudo o que já se fez e de tudo o que é possível fazer pelo Brasil. Mais do que isso, a importância da união de pessoas das mais diferentes crenças, origens e ideologias em torno de um ideal de que não desistiremos jamais: a democracia.
“Nós queremos unir os democratas do Brasil, as pessoas que têm atenção aos mais pobres deste país tão desigual, queremos um projeto amplo, profundamente democrático, mas que busque de forma incansável justiça social”, afirmou Haddad em São Paulo, na noite de sábado, pouco depois da divulgação dos resultados. “Este segundo turno foi uma oportunidade inestimável que o povo nos deu, e que nós precisamos saber aproveitar com sobriedade e muito senso de responsabilidade.”
A responsabilidade se transmite no tamanho do desafio que se coloca a partir de agora. A confirmação matemática dos nomes só saiu com mais de 95% das urnas apuradas, mas não se trata apenas disso.
Mais do que votos, o que vamos buscar agora são oportunidades de conversa, de aproximação, de entender a diversidade e respeitar diferenças, de encontros entre amigos e familiares que possam colocar acima do medo que se tenta criar o ideal de um país em que todos podem crescer, prosperar e reconstruir os laços que o fascismo ameaça dia a dia com seus ataques.
Em uma campanha marcada por ataques organizados pelas mentiras, boatos e fake news, pela perseguição jurídico-midiática e pela criminalização de movimentos sociais e setores da esquerda, um lastro de fé brilhou na noite do domingo ao mostrar que há, sim, espaço para reconstruir o que se atacou até agora e, juntos, caminharmos rumo ao Brasil com que todos sonham e almejam.
Na fala de Haddad e no coração do povo que o aplaudia, a lembrança sempre presente de Lula pulsava antes de tudo como referência da perseverança e da força que movem os que sabem estar do lado do povo e ter o povo ao seu lado.
“Vamos fazer uma campanha para unir o país em torno do conceito de que há muita coisa em jogo no Brasil. Vamos enfrentar o debate muito respeitosamente. Vamos para o campo democrático com a arma do argumento: nós não portamos armas, portamos a força do argumento!”.
Nos dias que estão por vir, cada brasileiro e cada brasileira deve abraçar a oportunidade de ouro de debater respeitosamente, olho no olho, deixando de lado a intolerância.
No segundo turno, vamos juntos pelo Brasil do diálogo e do respeito. A esperança vai vencer o ódio.
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Se o ódio nos apequena, o amor e a esperança vão, mais uma vez, nos fortalecer e vencer o medo.
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