HIV na África: Relatório do UNAIDS destaca os avanços no continente

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Com cerca de 36.9 milhões de pessoas vivendo com HIV em todo o mundo, muitas medidas ainda são necessárias para fazer com que o maior número delas tenha acesso ao tratamento. Apesar da elevada incidência, o relatório do UNAIDS divulgado na Etiópia, nesta terça-feira, destaca que o comprometimento em combater a epidemia de HIV gerou resultados mensuráveis em todo o mundo, principalmente, na África.

De acordo com o documento “Como a aids mudou tudo – ODM 6: 15 anos, 15 lições de esperança da resposta à aids” apresentado em Adis Abeba, capital etíope, durante a Terceira Conferência Internacional sobre o Financiamento para o Desenvolvimento, até o ano passado, 40% de todas as pessoas vivendo com HIV tinham acesso à terapia antirretroviral, o que significa um aumento de 22 vezes nos últimos 14 anos. Na África Subsaariana, 10,7 milhões de pessoas tinham acesso, sendo 6,5 milhões (61%) mulheres.

Na região do mundo considerada a mais dramática quando o assunto é HIV, no ano 2000, havia 2,3 milhões de novas infecções; já em 2014, a estimativa era de 1,4 milhão. Na comparação com os últimos 14 anos, o número de pessoas vivendo com HIV passou de 20 milhões para cerca de 25 milhões na África Subsaariana. Entre 2000 e 2014, cerca de US$ 113 bilhões foram investidos na região para frear a epidemia de HIV.

Durante o encontro, foi lembrado que países como Quênia, Moçambique, África do Sul e Zimbábue, conhecidos por grandes epidemias, reverteram sua trajetória acelerando o combate às novas infecções. Vale ressaltar que a Etiópia teve progresso na prevenção de novas infecções por HIV entre as crianças. Em 2000, cerca de 36 mil crianças se infectaram; já em 2014, o número não passou de 4.800. Esse avanço se deve, principalmente, à expansão dos tratamentos com antirretrovirais no país.

Na lista dos países que alcançaram resultados favoráveis, aparece o Zimbábue, que conseguiu elevar a expectativa de vida de 44 anos, em 2000, para 60 anos, em 2013, com mais acesso ao tratamento antirretroviral. No Senegal, as novas infecções diminuíram em mais de 87% desde 2000. Com o maior programa de tratamento do HIV no mundo, a África do Sul soma mais de 3,1 milhões de pessoas em tratamento. Nos últimos cinco anos, as mortes relacionadas à aids diminuíram em 58% no país que contabiliza cerca de 6,5 milhões de pessoas vivendo com o vírus.