“Hoje não tem, mas amanhã vai ter”, dizia Dona Lindu aos filhos quando os tempos eram difíceis. A mãe de Lula nunca perdia a esperança, um modo de ver a vida que impactaria profundamente a vida de toda a família, em especial a do caçula, Luiz Inácio Lula da Silva. Neste sábado (13), faltam 50 dias para as eleições de outubro, e caminharemos ao lado do amor e da verdade inspirados na lição: “Teima, meu filho, teima”.
Foi na década de 50, com 7 anos de idade, que Lula, a mãe e os irmãos migraram para São Paulo. A viagem de pau de arara durou 13 dias e 13 noites, entre 10 e 23 de dezembro de 1952.
“É uma tábua atravessada na carroceria do caminhão. Não tem nem encosto atrás. Não é um banquinho de madeira. É uma tábua grudada na carroceria. Você senta e não tem encosto. A gente pode cair. Tinha umas 30, 40 pessoas dentro do caminhão. A gente dormia na calçada. Se esticava e começava a dormir ali. Às vezes, com um cobertorzinho. E, de repente, a gente acordava embaixo da chuva e tinha de correr para debaixo do caminhão. Não cabia todo mundo. Ficava todo mundo amontoado debaixo do caminhão”
Lula
Lula cresceu ouvindo de dona Lindu um conselho que o acompanharia a vida toda: “Teima, meu filho, teima”. “Dona Lindu foi o primeiro e maior exemplo de perseverança que tive na vida. Quando eu não tinha sequer um pedaço de pão para dar de comer aos filhos, ela dizia: amanhã vai ter, amanhã vai ser melhor”, lembra. “Essa crença me formou. Essa crença da minha mãe e esse jeito dela se comportar é a causa da minha formação”
Deus foi muito generoso comigo. Se tem uma pessoa que não tem que ter dúvida da existência de Deus, se tem uma pessoa que tem que ter consciência da existência de um ser superior que guia os nossos passos, esse ser humano sou eu. Primeiro, porque eu nasci em Caetés, eu fui comer pão pela primeira vez com 7 anos de idade. E um cidadão que nasce em Caetés, numa família pobre e não morre de fome até os 5 anos de idade, é porque ele pode sobreviver muito. Eu vim para São Paulo 70 anos atrás, eu fui para São Paulo para não morrer de fome. E mesmo em São Paulo, não foram poucas as vezes em que minha mãe não tinha comida para colocar no fogo e eu olhava no semblante da minha mãe, ela nunca perdia a esperança, ela sempre falava: hoje não tem, mas amanhã vai ter.
Lula
Porque, como define o ex-presidente, “teimar, insistir, persistir, perseverar é um ato político. É uma arma que nos impede de desistir diante da opressão”.
A perseverança é nossa maior ferramenta conta o ódio, a mentira, os desmontes e o descaso do governo federal. E por isso insistimos: insistimos que o Brasil pode voltar a ser um país soberano, que cuida dos seus e onde não há lugar para a fome, onde a educação não é um privilégio, a Saúde é de qualidade. Um Brasil em que podemos trabalhar com um salário digno e valorizado, comer bem, amar e sermos amados.