O Itamaraty organiza desde segunda-feira (19) até sexta o seminário “Historia da África e Relações com Brasil”, com o objetivo de discutir as grandes características do desenvolvimento da África partindo do século 16 até os dias de hoje. A coordenadora executiva da Iniciativa África, Gala Dahlet, participa do seminário até sexta-feira.
Além de palestras de acadêmicos e notáveis, como o embaixador Alberto da Costa e Silva, Kabengele Munanga e José Flavio Saraiva, a abertura do evento contou com a presença de autoridades. A ministra da Cidadania Nilma Lino Gomes abriu o evento ao lado do ministro do Ensino Superior, Ciência e Inovação de Cabo Verde, Antonio Correia e Silva, e dos embaixadores Fernando de Abreu, Gonçalo Mourão e Nedilson Jorge.
A ministra Lino Gomes reforçou a importância da cooperação Sul-Sul entre Brasil e o continente africano para o compartilhamento e implementação de ações concretas de mudança em políticas publicas que reflitam em uma real transformação social. No âmbito desta cooperação, reitera, é essencial que a relação estabelecida seja horizontal para que ambas as partes aprendam com as respectivas realidades e capacidades de seus parceiros.
A primeira palestra do dia foi ministrada pelo professor Sidinei Almeida Santos, da UFABC (Universidade Federal do ABC) sobre “Os Estados e as culturas da África”. Santos começou sua apresentação lembrando que, antes da invasão do continente pelos europeus, existiam vários reinos e impérios na África, alguns deles já notavelmente desenvolvidos. A lembrança serviu para dar um contraponto à historia do continente, freqüentemente contada e ensinada a partir de uma visão eurocêntrica, segundo a qual a colonização trouxe consigo a civilização e o desenvolvimento dos povos africanos. Ainda hoje no Brasil, destaca, é necessário uma valorização dos estudos sobre África que incluam trabalho em campo para que se conheça as diferentes realidades dos países com continente cujos povos contribuíram em grande medida à construção do Brasil. Por fim, o professor lembrou que este ano comemora-se 50 anos do Programa Estudante Convênio no âmbito do qual o governo e instituições brasileiras contribuíram com a formação de quadros africanos, inclusive diplomatas.
À tarde, o professor William da Silva Gonçalves, da Universidade Federal Fluminense (UFF) apresentou a palestra “Do mercantilismo ao capitalismo: as transformações da economia africana; as relações econômicas e comerciais da África com a Europa e com o Brasil”. O professor especificou que o começo da exploração da África por europeus se deu pelos portugueses no século 15, motivados pela busca por ouro. Assim, a escravidão e o comércio de seres humanos não era o primeiro objetivo dessa empreitada, apesar de tornar-se, com a ‘descoberta’ do Brasil, um grande negócio para a Coroa Portuguesa.
A economia escravista desestruturou a economia africana e suas sociedades, destruindo os métodos de produção e de organização social e econômica que já existiam. A chegada dos europeus torna-se um instrumento fundamental para estruturação de uma economia mundial, principalmente com o descobrimento a exploração do “novo mundo”. Assim, a exploração da África constitui o nascimento de uma economia global. No entanto, o ingresso desigual da África nessa economia condiciona sua participação na globalização ate hoje: a ordem mundial existente desde seu inicio é uma ordem excludente, já que vive da exclusão de países periféricos.
Para ter acesso à programação completa, acesse o Blog do Itamaraty .
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