Em decisão que retira Rodrigo Tacla Duran da lista de procurados internacionais, a Interpol reconhece que a conduta do juiz Sérgio Moro lança dúvidas sobre a garantia de respeito à Declaração Universal dos Direitos Humanos na cooperação entre as forças policiais.
A emissão de opiniões contrárias a réus viola princípios básicos de direitos humanos, uma vez que cabe aos julgamentos serem técnicos, isentos e imparciais. A Interpol afirma que não houve isenção de Sérgio Moro ao emitir opinião pública sobre Duran, em entrevista televisionada. A organização aponta também em sua decisão que há evidências de que, ao não permitir que Duran fosse testemunha de defesa de Lula, Sérgio Moro emitiu opinião prévia referente à veracidade de qualquer informação que o advogado pudesse apresentar.
Tacla Duran já havia denunciado Moro e a Lava-Jato em depoimento à Câmara dos Deputados, apontando não apenas para o cerceamento do direito de defesa, mas para esquema de comércio de proteção e venda de delações no âmbito da operação. A comissão da Interpol também aponta no documento que levou em consideração, para emitir sua decisão, o fato de que nenhuma investigação formal está sendo feita acerca de tais acusações.
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