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Jandira Feghali: os donos da bomba

Em frente ao Instituto Lula, no bairro do Ipiranga, São Paulo, fica a emergência do hospital São Camilo. O local, como se sabe, é porta de entrada constante de feridos e enfermos. Foi exatamente nessa local, no fim da noite de quinta-feira (30), que dois enormes parafusos voaram como bala após a explosão de uma “bomba caseira” a 200 metros, na calçada da sede do instituto do ex-presidente. Estes foram alguns dos milhares espalhados como tiros na Rua Pouso Alegre.

O artefato, jogado por um carro que cruzou a rua e foi flagrado pelas câmeras de vigilância do prédio, explodiu uma série de pedaços de metal com violência. A bomba chegou a abrir um buraco na porta de aço da garagem, onde funciona a organização criada pelo ex-presidente para incentivar políticas de cooperação entre o Brasil e países da África e América Latina.

O ataque foi tratado pelos veículos da mídia nacional como um fato qualquer, desses “que acontecem com qualquer um, em qualquer dia”. Ficou clara a tentativa da imprensa em noticiar o episódio como uma ação de “vândalos”. Alguns comentaristas, num ato covarde e irresponsável, chegaram a culpar o próprio Partido dos Trabalhadores, como uma espécie de armação. Atitude mentirosa e sem provas, num jogo quase sempre fascista.

A explosão é um alerta tardio para o paradigma social que tentam criar no País na base do discurso intolerante da extrema direita, muitas vezes propagado pela Grande Mídia como verdade. Com que intuito uma bomba seria arremessada na porta do edifício que tem como símbolo, o próprio Lula? A mando de quem?

Na madrugada de 27 de agosto de 1980, como crise terminal da Ditadura, uma bomba destruiu a redação carioca do jornal Tribuna da Luta Operária, publicado pelo Partido Comunista do Brasil, época ainda de semiclandestinidade. Por conta da anistia concedida um ano antes, abria-se a possibilidade de existência legal de partidos políticos como o nosso e outros também da esquerda, e o Regime atuava para contra-atacar a chamada “abertura política”.

Houvera outros atentados naquele período, um na OAB, horas antes, que acabou vitimando a secretária do presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, Lyda Monteiro da Silva. Ao abrir uma carta endereçada a ele, a explosão lhe tirou a vida.

Além do atentado à OAB, também ocorreram envio de bombas à Câmara Municipal do Rio e à sede da ABI. Em 26 de março de 1981, uma bomba também explodiu na sede do jornal Tribuna da Impressa, na Lapa, num ato creditado a defensores radicais da ditadura militar.

Não se pode esquecer da bomba no Riocentro, no mesmo ano, que seria instalada por militares num dos prédios em que ocorria uma festa pelo Dia do Trabalhador e que acabou vitimando dois soldados. Outro explosivo também fora usado na miniestação de energia da área, mas acabou não gerando o blecaute esperado.

Atacar as forças progressistas brasileiras tem sido a tônica dos golpistas, do fundamentalismo religioso e da oposição oportunista, que desta vez, na busca pelo poder, flerta abertamente contra o Estado Democrático de Direito. Em vez do debate de ideias, trazem à tona a violência, inflada por veículos de Comunicação sem compromisso com o direito ao contraditório. Quantas bombas mais explodirão ao avanço dessa raiva sem sentido, em que a democracia só tende a sucumbir?

O Instituto Lula segue, junto às autoridades competentes de São Paulo, como a Secretaria de Segurança e sua polícia civil, para investigação do caso. As imagens das câmeras de vigilância do bairro trarão pistas para que o veículo seja localizado e os criminosos julgados e punidos. Mas é fácil supor de onde parte esse tipo de ideia. Basta ler os jornais ou ligar a televisão. Não falta ódio. São todos donos da bomba.

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