Dois pesos e duas medidas entregam um mentiroso! A emissora Jovem Pan é conhecida por favorecer Bolsonaro em seus conteúdos no período eleitoral, e foi processada porque isso é contra a lei. Até poucos dias, vinha reclamando de “censura” do PT (o que é falso) mas estranhamente PAROU de falar do assunto quando começou a sofrer censura real do bolsonarismo. Para a Jovem Pan, censura só é “problema” se servir à pauta mentirosa do gabinete do ódio.
Começou com a falsa censura
Há cerca de uma semana, a agência de checagem Aos Fatos publicou uma reportagem sobre a reclamação da emissora e como isso acontece em simbiose com redes desinformativas.
O TSE tribunal havia aceitado, por 4 votos a 3, um pedido de direito de resposta feito pela campanha de Lula em razão de comentários de apresentadores da emissora. A representação pedia respostas às alegações de que o petista mente que teria sido inocentado e que ele perseguirá religiosos caso seja eleito. Isso porque, como é sabido, Lula é inocente e jamais perseguiu nem perseguirá cristãos
Além do direito de resposta, a Justiça Eleitoral ainda decidiu que os comentaristas da emissora não devem reproduzir as mesmas falas, sob pena de multa. Isso porque a Jovem Pan “veiculou informações sabidamente inverídicas”, desrespeitando a presunção de inocência prevista na Constituição Federal, e isso é ilegal, pois submete o eleitorado a uma “realidade falsa”. Isso se chama JUSTIÇA. Nada a ver com censura.
Mas o bolsonarismo, aliado da Jovem Pan, começou a espalhar o boato de que o PT queria censurar, fechar, a emissora. Também é mentira, também desmentido pela Aos Fatos. Mas a emissora embarcou na história e passou, até, a exibir seu logotipo com a palavra CENSURADA por cima.
Aí veio a realidade e a Jovem Pan sofreu censura do bolsonarismo
Em um caso até agora não totalmente esclarecido, a equipe do candidato bolsonarista Tarcísio de Freitas esteve próxima a um tiroteio, em Paraisópolis, que resultou na morte de um cidadão. O episódio tem traços de armação, já que talvez em busca de chamar atenção, o próprio Tarcísio publicou um tuíte dizendo ter sido atacado durante uma agenda de campanha. Horas depois, como a polícia não endossou o “atentado”, o próprio bolsonarista desconversou.
Uma equipe da Jovem Pan acompanhava o candidato e o cinegrafista da emissora filmou a confusão. Aí começariam os problemas de Tarcísio. O cinegrafista Marcos Andrade (49) relatou, em entrevista à Folha, a ordem que recebeu para apagar vídeo sobre o suposto atentado contra o candidato Tarcísio de Freitas, ocorrido em Paraisópolis no dia 17 deste mês. Ele contou que viu seguranças à paisana, da campanha de Tarcísio, atirando no meio da comunidade.
Como reportou o site Jornalistas Livres, após o acontecido, o cinegrafista foi levado até um comitê de Tarcísio, onde foi abordado por uma pessoa a serviço da campanha que ordenou a ele apagar as filmagens que tinham sido conseguidas. Marcos gravou em áudio parte do que foi pedido pela equipe do candidato. A gravação foi divulgada e tornou-se um escândalo. Por que a equipe de Tarcísio não queria que as imagens fossem divulgadas? Será que todo o atentado não passou de uma farsa?
Quando a Jovem Pan alega censura do PT está fazendo acusações graves e infundadas. Não se trata de censura, simplesmente de cumprimento de medida judicial de uma emissora pública, em período eleitoral.
Quando a Jovem Pan é vítima de censura do bolsonarismo, simplesmente fica quieta. O nome disso é hipocrisia, para dizer o mínimo. Se buscasse de verdade cumprir seu papel no debate público, a Jovem Pan deveria estar dando ampla cobertura ao caso, que ameaça não só a sua liberdade, mas a própria democracia brasileira.