Legado de Lula e Golpe no Brasil são destaque em jornais da Europa

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A decisão inicial do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) de barrar a candidatura de Lula, proferida na última sexta-feira (31), foi destaque na mídia internacional. A decisão é contestada pela defesa de Lula junto ao próprio TSE e ao STF (Supremo Tribunal Federal).

O jornal italiano Il Manifesto estampou sua capa de domingo (02/09) com a manchete “Supremo Golpe: Lula não pode ser candidato” (em tradução livre).

 

No texto assinado por Claudia Fanti, o jornal demonstra a centralidade da decisão da ONU (Organização das Nações Unidas) em defesa dos direitos de Lula: “Tribunal Eleitoral brasileiro ignora o Comitê de Direitos Humanos da ONU e impede que Lula concorra a presidente (mas pode recorrer)”.

Para o jornal, com a decisão contrária a Lula, “o golpe de estado institucional se fecha, após o julgamento simulado, a prisão, os abusos legais e o impeachment de Dilma”.

A jornalista desenvolve essa leitura a seguir, destacando que, “após o impeachment ilegal contra Dilma Rousseff, o julgamento simulado contra Lula, sua condenação por corrupção e lavagem de dinheiro, sua prisão e os inúmeros abusos legais cometidos durante sua detenção, tudo o que restou foi a rejeição de sua candidatura à presidência para que o golpe pudesse ser totalmente concluído”.

Em outro texto publicado pelo Il Manifesto em sua edição do dia 02, intitulado “A justiça partidária contra a democracia”, Roberto Livi analisa que “a sentença [do TSE] é como um capuz de concreto fundido na prisão da Polícia Federal de Curitiba, onde está preso o ex-presidente Lula: ele não poderá participar de debates, nem ser protagonista direto em propaganda eleitoral, nem serão postados pôsteres eleitorais com sua imagem”.

Legado de Lula no El Pais
Já o espanhol El Pais publicou, nesta terça-feira (04/09), um editorial resgatando o legado dos governos Lula e afirmando o compromisso do ex-presidente com a democracia. “O ex-mandatário ensinou uma geração de políticos latino-americanos que, por mais adversas que sejam as circunstâncias, a democracia sempre vence”.

Para a publicação espanhola, “sua presidência entre 2003 e 2010 ficará na história do Brasil como um período de avanços espetaculares na luta contra a desigualdade, de desenvolvimento e ascensão do país a um ator internacional com influência mundial”.

Confira aqui a íntegra traduzida do editorial do El Pais.