A preservação da Amazônia é um debate a ser feito pelo conjunto da sociedade brasileira, de forma compartilhada com a comunidade internacional, disse o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta sexta-feira (8). “Mas nós queremos afirmar que a Amazônia é um espaço territorial de soberania do Brasil. Ela é nossa”, declarou Lula durante entrevista coletiva concedida em Brasília. “Nós queremos compartilhar este debate [da preservação] com o mundo e, obviamente, também compartilhar com o mundo os benefícios da floresta em pé, porque aí a gente vai sofrer menos com os efeitos das mudanças climáticas”,
Lula expressou a convicção de que não é possível pensar em projeto de desenvolvimento sem pensar na questão ambiental. “Agora, queremos democratizar o estudo científico da qualidade e da riqueza da nossa biodiversidade, para que a gente possa tirar disso a extração de produtos fármacos, para a indústria de cosméticos, para a indústria, para que a gente possa gerar emprego e renda para aquele povo que vive na Amazônia”, disse.
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Para o ex-presidente, uma parte do agronegócio brasileiro tem muita responsabilidade e sabe que a manutenção dos seus negócios de exportação depende do compromisso com a preservação ambiental. “Ele sabe que não pode plantar cana na Amazônia, não pode plantar soja na Amazônia, não precisa criar gado. O Brasil tem milhões e milhões de áreas agricultáveis e não precisa derrubar uma árvore para plantar. Inclusive, era mais fácil recuperar as áreas já degradadas.”
Lula também falou sobre a necessidade de ação robusta do poder público para a superação da atual crise econômica e social. “Eu quero um Estado forte porque somente um Estado forte é capaz de acabar com a miséria nesse país”, disse Lula durante coletiva concedida à imprensa nacional e internacional em Brasília, nesta sexta-feira (8).
“Eu quero um Estado capaz de manter e melhorar o SUS. Não quero um Estado empresarial, mas um estado com força, para que ele seja indutor do desenvolvimento, que não tenha medo de fazer dívida para financiar o crescimento, que não fale de educação como gasto, que não fale de saúde como gasto”, declarou o ex-presidente.
Para Lula, as gestões do PT já provaram ser possível um Estado socialmente justo com economia equilibrada. “Eu sinceramente acho que as pessoas de boa fé e as pessoas minimamente inteligentes sabem que a melhor carta que eu posso assinar ao povo brsaileiro é eles lerem o que aconteceu na economia quando eu era um presidente.”
Outro tema da coletiva foi a alta nos preços dos combustíveis. “A gasolina já subiu 39% [em 12 meses], o diesel 33%, sem nenhuma necessidade”, disse Lula.
“O Brasil é autossuficiente, tem refinarias altamente qualificadas para refinar a gasolina e o óleo diesel que nós precisamos. Começamos a privatizar as nossas refinarias e estamos comprando gasolina refinada dos Estados Unidos quando o Brasil era exportador antes do pré-sal”, relatou afirmou o ex-presidente.
Lula fez críticas a Jair Bolsonaro. “Ele não controla o custo de vida, a inflação e agora está dizendo que vai ter desabastecimento por causa da China”, disse o ex-presidente, lembrando que o governo deveria estar propondo um plano para evitar a falta de alimentos e não simplesmente jogando a culpa em outros atores. “O Bolsonaro está totalmente fora de controle. Acabou o controle e ele está meio biruta.”
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