O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recordou nesta sexta-feira (28/10), durante debate da TV Globo, que Jair Bolsonaro minimizou a crise do coronavírus no Brasil ao indicar para a população remédio ineficaz para o tratamento da doença, não comprar a vacina no tempo correto e trocar de ministros insistentemente, sem ter um plano de contingência da doença que vitimou quase 700 mil brasileiros.
“Por que [Bolsonaro] negligencia a saúde? Por que passa 45 dias negando a vacina? Por que esconde o cartão de vacinação? Por que tira recursos do Farmácia Popular? Por que não atende com rapidez a questão da Covid?”, questionou Lula.
Bolsonaro teve quatro ministros da Saúde desde o início da pandemia. Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, os dois primeiros, foram demitidos por discordarem da maneira com que o presidente queria atuar na pandemia.
“Bolsonaro não responde [no debate] sobre a pandemia porque deve pesar na consciência dele. Se ele tivesse seguido o aviso dos governadores do Nordeste, teria evitado pelo menos 200 mil mortes. Ele, desumano como é, não foi visitar uma pessoa que perdeu um parente”, disse Lula.
O terceiro ministro, Eduardo Pazuello, foi substituído após vir à tona uma suposta festa realizada por ele durante a crise do oxigênio em Manaus, além e ser acusado de capitanear um esquema de corrupção que visava pedir propina de um dólar por vacina comprada pelo governo federal.
“Quando Bolsonaro foi comprar a vacina, São Paulo e vários países do mundo já estavam dando vacina. Montou um comitê de crise que orientava ele a negar a Covid. Ele fez pouco caso das pessoas morrendo por falta de oxigênio em Manaus”, afirmou o ex-presidente.
O último ministro da Saúde de Bolsonaro, Marcelo Queiroga, ficou famoso por tentar ignorar na ONU o fato de que o Brasil conta com um dos maiores números de mortes do mundo pela covid-19.
Assim, Lula recordou os números de seu governo na Saúde: “18 mil vagas pelo Mais Médicos em 3,9 mil municípios, 1.033 centros do Brasil Sorridente, 40,2 mil equipes do Saúde da Família, 2.525 ambulâncias e 583 UTIs pelo SAMU. O Orçamento da saúde aumentou 78% acima da inflação”, completou.