Lula defende educação pública de qualidade para pobres e ricos terem as mesmas oportunidades

Durante encontro com trabalhadoras domésticas, ex-presidente afirma que investir na formação de uma criança é o mais importante para o país

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Lula defende educação pública de qualidade para pobres e ricos terem as mesmas oportunidades

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse neste domingo (04/09), em encontro com mulheres trabalhadoras domésticas, que ele e Geraldo Alckmin pretendem fortalecer a educação pública para que pobres e ricos tenham as mesmas oportunidades de competir por uma vaga, seja na faculdade ou no mercado de trabalho.

“Investir na formação de uma criança é o mais importante investimento que um país pode fazer no mundo”, declarou.

A reunião serviu para que lideranças da categoria entregassem um documento com todas as demandas do setor. E o ex-presidente reforçou que pretende expandir as creches e escolas em tempo integral para melhorar a qualidade da educação e diminuir a sobrecarga das mulheres, bem como valorizar o salário mínimo com reajustes acima da inflação.

Importante para o país

“O meu sonho é que o povo brasileiro tenha acesso e oportunidade para fazer universidade, porque esse país só vai ser o país que nós queremos, um país grande, rico, o dia que o nosso povo tiver muito estudo, que o Brasil possa ser competitivo com outros países”, disse.

“Eu tenho orgulho quando escuto uma pessoa falar: minha filha tem um canudo, tirou diploma universitário, virou médica, virou engenheira, virou enfermeira, virou advogada. Eu quero dizer para vocês que eu sinto o mesmo orgulho de vocês.”

O encontro ocorreu na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo (SP). Na ocasião, ele comparou o Brasil com outros países da América do Sul, em termos de educação pública, e recordou que foi o Partido dos Trabalhadores que expandiu o acesso à universidade.

“Esse país, com atraso educacional, nunca vai conseguir ser competitivo. A Argentina tem mais estudante na universidade que nós, o Chile tem mais do que nós, por quê? Quando nós chegamos no governo só tinha 3,5 milhões de pessoas na universidade. Quando nós saímos já tinha 8 milhões. E eu quero que tenha 15, 20, que tenha 30, quanto mais tiver, melhor”, afirmou Lula.

No encontro, o ex-presidente disse também que as trabalhadoras terão voz e serão ouvidas outra vez em Brasília, como foram nos mandatos dele e de Dilma Rousseff.

“Se a gente ganhar, as empregadas domésticas vão ser chamadas outra vez ao Palácio do Planalto para a gente discutir as leis. E quando eu não puder atender vocês o Alckmin vai atender, vocês não voltarão pra trás sem atendimento”, garantiu Lula, para quem a participação da sociedade é importante para o país.

“Eu não quero prejudicar ninguém, eu não quero que o filho da empregada doméstica prejudique o filho do patrão dela. A única coisa que eu quero é que o filho da empregada tenha a oportunidade de disputar a mesma vaga com qualquer pessoa do mundo”, declarou.

“Isso nós temos que perseguir senão sempre ficará para as pessoas mais humildes essas coisas de segunda classe. Sabe aquela roupa de ponta que a gente quer comprar e só consegue quando tem um defeito? A gente não quer comprar nada com defeito, a gente quer comprar perfeita”, afirmou o ex-presidente.

Aprendizado

Além de defender educação pública de qualidade para que as crianças tenham as mesmas chances, Lula agradeceu pela oportunidade de se reunir com empregadas domésticas e disse que os políticos precisam aprender mais com elas.

“É muito significativo esse ato para que nós possamos aprender um pouco a realidade do mundo que as domésticas trabalham, porque nós também temos companheiras que trabalham nas nossas casas e a gente tem que estar se vigiando todo dia pra ver se a gente tá tratando as pessoas com respeito, com carinho, e se estamos pagando o que é correto pagar. Tem muita gente boa de coração que acha que R$ 1.300,00 não é nada, mas quando tem que pagar acha que é muito. E o mais grave é que no ‘achar que é muito’ não se faz avaliação do serviço prestado, porque se a gente ficar pensando nisso a gente paga o salário achando que é pouco”, completou.